As autoridades sul-coreanas impuseram uma proibição de viagens ao exterior ao presidente Yoon Suk Yeol enquanto os promotores avaliam possíveis acusações de insurreição sobre sua tentativa frustrada de impor a lei marcial na Coreia do Sul na semana passada.
Enquanto Yoon sobreviveu a uma votação de impeachment em um parlamento liderado pela oposição no sábado (7), sua sobrevivência política agora está em frangalhos.
A proibição de viagens ao líder em apuros do país foi confirmada pelo Corruption Investigation Office nesta segunda-feira (9).
Seu partido declarou anteriormente que buscará a renúncia de Yoon e pediu que o presidente fosse suspenso de suas funções para proteger o país de um “grande perigo”.
Os sul-coreanos assistiram incrédulos ao anúncio de Yoon decretando lei marcial em uma chocante transmissão na televisão na terça-feira (3) à noite.
Desafiando o decreto militar, os manifestantes se reuniram do lado de fora do Parlamento do país para exigir a renúncia do presidente.
Decreto de lei marcial
Em uma noite de grande drama, os parlamentares forçaram a passagem contra quase 300 tropas posicionadas do lado de fora do prédio da Assembleia Nacional e votaram unanimemente para bloquear o decreto, que o presidente era legalmente obrigado a obedecer — revertendo efetivamente a ordem unilateral de Yoon.
A declaração de emergência militar, embora tenha durado seis horas, provocou raiva generalizada em todo a Coreia do Sul, que permanece profundamente marcada pela brutalidade da lei marcial imposta durante décadas de ditadura militar antes de vencer uma longa e sangrenta luta pela democracia na década de 1980.
No sábado (7), Yoon pediu desculpas à nação em uma primeira declaração pública desde sua tentativa frustrada de impor a lei marcial, reconhecendo que ele “causou ansiedade e inconveniência” aos cidadãos sul-coreanos.
“Esta declaração de lei marcial de emergência surgiu do meu desespero como parte responsável final pelos assuntos de Estado”, exclamou Yoon em um discurso de dois minutos.
A decisão da polícia de impor a proibição de viagem a Yoon ocorre enquanto um comandante das forças especiais da Coreia do Sul se desculpou por ordenar que suas tropas invadissem o parlamento na semana passada, após a lei marcial ter sido declarada, afirmando que ele os colocou em “sério perigo”.
O coronel Kim Hyun-tae, comandante da Força-Tarefa Especial 707 da Coreia do Sul, descreveu-se aos repórteres em um briefing, nesta segunda-feira, como um “comandante incompetente e irresponsável” quando autorizou que tropas invadissem a Assembleia Nacional durante a curta imposição da lei marcial pelo presidente Yoon Suk Yeol.