O presidente Donald Trump assinou na terça-feira (16) uma ordem executiva estendendo a aplicação da proibição do TikTok nos Estados Unidos por mais três meses — uma ação que pode ser substituída no final desta semana por um acordo para vender os ativos americanos do aplicativo de mídia social a um comprador apoiado pelos americanos.
A ordem executiva foi necessária para evitar que o TikTok ficasse indisponível nos Estados Unidos na quarta-feira (17), quando a extensão anterior expiraria.
Trump já estendeu a proibição do TikTok três vezes desde que ela entrou em vigor inicialmente em 19 de janeiro, um dia antes de Trump assumir o cargo.
O governo Trump anunciou na segunda-feira que um acordo foi finalmente fechado entre os Estados Unidos e a China para manter o TikTok operacional a longo prazo nos Estados Unidos.
Embora o governo Trump não tenha revelado os termos do acordo, espera-se que um comprador apoiado pelos EUA assuma o controle das operações do TikTok nos EUA após Trump e o líder chinês, Xi Jinping, realizarem uma conversa telefônica na sexta-feira para finalizar o acordo de venda.
Trump há muito busca um acordo evasivo para arrancar os ativos americanos do TikTok do controle chinês, permitindo que um grupo de investidores americanos o compre. Isso foi uma inviabilidade para a China por meses.
Mas, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse na terça-feira que a China finalmente cedeu após a ameaça de Trump de fechar o TikTok nos Estados Unidos.
“O que mudou a maré foi uma ligação que o embaixador (Jamieson) Greer e eu tivemos com o presidente Trump na noite após o primeiro dia de negociações, e o presidente Trump deixou claro que estaria disposto a deixar o TikTok inativo”, disse Bessent à CNBC na terça-feira.
Bessent disse que esperava que Trump e Xi finalizassem um acordo durante uma ligação telefônica que aconteceria na sexta-feira.
A maior parte do acordo — a organização de um grupo de investidores liderado pelos EUA para comprar os ativos do TikTok nos EUA — havia sido concluída em abril, disse Bessent.
Mas então as tarifas massivas do “Dia da Libertação” de Trump entraram em vigor, efetivamente impondo um embargo a todos os produtos chineses, e as negociações sobre o TikTok foram paralisadas.
Após a redução das tarifas e a retomada das negociações entre os EUA e a China, Bessent disse que tanto Trump quanto Xi expressaram interesse em retomar as discussões sobre o TikTok.
Mas detalhes importantes precisavam ser acertados, incluindo a abordagem das preocupações com a segurança nacional dos EUA e a disposição da China em aprovar o acordo.
“Não estávamos dispostos a abrir mão da segurança nacional em favor do acordo”, disse Bessent. “Então, conseguimos fechar uma série de acordos, principalmente sobre coisas que não faremos no futuro e que não terão impacto na segurança nacional.”
No final, ambos os lados concordaram, e Bessent disse que os termos do acordo e os investidores serão revelados nos próximos dias ou semanas.
“O presidente Trump demonstrou grande liderança e firmeza em relação ao que queria ver neste acordo”, disse Bessent. “Acho que é altamente satisfatório para os interesses dos EUA.”
Bessent não discutiu outro ponto de influência que Trump estava usando nas negociações do TikTok: uma reunião que a China queria organizar entre Xi e Trump. Autoridades americanas disseram à imprensa na segunda-feira que um acordo com o TikTok era um passo crucial para organizar essa reunião, que poderia ocorrer já no mês que vem.