O ministro das Relações Exteriores, União Europeia e Cooperação espanhol, José Manuel Albares, pontuou nesta segunda-feira (20) que convocou o embaixador argentino na Espanha, Roberto Bosch, para exigir “pessoalmente” um pedido público de desculpas.
Também será transmitido a Bosch “o profundo repúdio ao que aconteceu ontem e ao que Javier Milei indicou em relação às nossas instituições”. A fala de Albares aconteceu em entrevista a uma televisão espanhola.
Anteriormente, o embaixador espanhol em Buenos Aires foi chamado para voltar à Espanha por tempo indeterminado para consultas.
Isso acontece após Milei ter chamado a esposa do primeiro-ministro Pedro Sanchéz de “corrupta” em um evento organizado em Madri pelo partido de extrema-direita Vox.
Ele fez referência a uma investigação contra Begoña Gómez por supostos crimes de corrupção e tráfico de influência.
Ainda durante a entrevista, Albares destacou que Milei tinha insultado as instituições espanholas, algo que considerou especialmente grave.
“Especialmente quando [Milei] foi recebido de boa-fé e total hospitalidade [na Espanha], apesar de Javier Milei não ter solicitado na sua primeira visita a Espanha se encontrar com qualquer instituição espanhola, o que é um fato invulgar”, adicionou.
Questionado sobre as possíveis consequências se Milei não pedir desculpas, Albares evitou especular um cenário específico e afirmou que tomará “todas as medidas cabíveis”.
Sánchez pontuou em outra oportunidade que as acusações, que surgiram de uma denúncia de uma organização de extrema direita com base em reportagens, tinham uma “marcada orientação de direita e extrema direita”.
O Ministério Público de Madri pediu o arquivamento da investigação, e uma fonte do MP disse à CNN que não havia qualquer indicação de qualquer crime no conteúdo da denúncia.
Argentina descarta pedido de desculpas
Em declarações ao LN+, o porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni, destacou que “o presidente [Milei] não vai pedir desculpa, porque não tem nada pelo que pedir desculpa”.
“Na verdade, ele não nomeou Pedro Sánchez, nem nomeou no discurso que hoje gerou tanta comoção, não nomeou absolutamente ninguém do governo espanhol”, afirmou Adorni.
“Ele não mencionou Begoña Gómez, eles tomaram o caso como se fosse deles e, efetivamente, relacionaram o que o presidente Milei dizia com o que aconteceu com a esposa de Sánchez”, acrescentou.
Adorni também relembrou durante a entrevista um caso anterior de tensão diplomática, quando o ministro dos Transportes da Espanha, Oscar Puente, acusou Milei de “ingerir substâncias”.
Fonte: CNN.