Dois dias após discursar na Assembleia-Geral da ONU, onde acusou a Rússia de “brutalizar” a Ucrânia, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, liberou mais um pacote de armamentos para a Ucrânia. O anúncio ocorre em um momento em que cresce em Washington a resistência a seguir gastando dinheiro com a guerra.
O pacote, anunciado nesta sexta-feira (22), inclui artilharia, munição, armas anti-tanque e uma segunda bateria de defesa aérea Hawk, entre outros armamentos avaliados em US$ 325 milhões, que já haviam sido aprovados previamente pelo Congresso estadunidense, com validade até o final de setembro.
O arsenal bélico, contudo, não inclui o sistema de mísseis de longo alcance conhecido como ATACMS, que havia sido requerido pela Ucrânia.
“É exatamente do que nossos soldados precisam agora”, disse o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, após reunião com Biden, embora a Ucrânia não tenha sido contemplada com um sistema de mísseis de longo alcance que havia solicitado.
“Nós estamos ao lado da Ucrânia e continuaremos ao seu lado, presidente”, declarou o presidente estadunidense ao colega ucraniano.
Há uma divisão cada vez maior em Washington sobre oferecer mais ajuda à Ucrânia. Deputados republicanos (de oposição ao governo Biden) e alguns senadores tentam bloquear uma solicitação da Casa Branca para mais um pacote de assistência a Kiev, avaliado em US$ 24 bilhões — o que ampliaria o apoio total dos Estados Unidos para US$ 135 bilhões. O novo apoio seria importante não apenas para as operações militares, mas também para aliviar o impacto humanitário da guerra.
Antes de Zelensky chegar a Washington, cerca de 30 parlamentares republicanos escreverem para a Casa Branca para manifestar repúdio ao pedido da nova ajuda. “O povo americano merece saber para onde foi seu dinheiro”, diz a carta. “Qual é a nossa estratégia, e qual o plano de saída [da guerra] do presidente?”.
Os republicanos estão divididos. “Há muitas maquinações políticas ocorrendo, mas eu garanto que vamos aprovar o pedido”, afirmou Michael McCaul, líder da comissão de relações exteriores da Câmara.
*Com informações Brasil de Fato