Os alunos da Faculdade de Medicina Albert Einstein, em Nova York, receberão aulas gratuitas após uma doação de US$ 1 bilhão (R$ 4,9 bilhões) de uma presidente do corpo docente.
Ruth Gottesman, de 93 anos, passou 55 anos como presidente do conselho escolar e fez a doação histórica em nome de seu falecido marido, David “Sandy” Gottesman, que foi um dos primeiros investidores da Berkshire Hathaway e amigo de longa data do famoso CEO da Berkshire, Warren Buffett.
Philip Ozuah, presidente e CEO da Montefiore Medicine, empresa controladora da escola, anunciou o “presente transformacional” na segunda-feira (26), dizendo que “esta é a maior doação para qualquer escola de Medicina no país”.
Sandy Gottesman, cofundador da empresa de investimentos First Manhattan Co., com sede em Nova York, morreu em 2022.
Os Gottesman estavam envolvidos há muito tempo na filantropia na área da saúde. Em 2010, a doação de US$ 25 milhões para a Faculdade de Medicina Albert Einstein foi destinada à criação do Instituto de Pesquisa com Células-Tronco e Medicina Regenerativa da instituição.
Sandy Gottesman também atuou no conselho do Hospital Mount Sinai de Nova York.
“Sou muito grata ao meu falecido marido, Sandy, por deixar esses fundos sob meus cuidados e me sinto abençoada por ter o grande privilégio de fazer esta doação para uma causa tão nobre”, afirmou a doutora Ruth Gottesman em um comunicado à imprensa.
Ela ingressou na faculdade de Medicina em 1968 e desenvolveu exames, avaliações e tratamentos para crianças com dificuldades de aprendizagem.
Em 1992, fundou o Programa de Alfabetização de Adultos do Centro de Avaliação e Reabilitação Infantil do Einstein, “o primeiro do gênero”.
Ruht também atuou como diretora fundadora do Centro Emily Fisher Landau para o Tratamento de Dificuldades de Aprendizagem da escola, inaugurado em 1997.
Doações às instituições de Nova York
Poucas doações educacionais chegam perto da magnitude da que fez Ruth Gottesman. Em 2018, o ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg doou US$ 1,8 bilhão para sua alma mater, a Universidade Johns Hopkins.
Os hospitais de Nova York atraem há muito tempo a filantropia de bilionários, com doações individuais que por vezes chegam a mais de US$ 100 milhões.
O cofundador da Home Depot, Ken Langone, por exemplo, investiu pesadamente nos centros médicos da Universidade de Nova York. Em 2018, em parte devido às doações de Langone, a Faculdade de Medicina da Universidade de Nova York se tornou primeira escola de Medicina dos EUA a oferecer aulas gratuitas aos alunos.
Dívida educacional
Uma pesquisa de outubro da Association of American Medical Colleges descobriu que 70% dos estudantes de Medicina que se formaram em 2023 nos Estados Unidos assumiram algum nível de dívida educacional.
Em média, o graduado deixou a faculdade de Medicina devendo mais de US$ 200 mil (R$ 986 mil), de acordo com a associação.
“Esta doação revoluciona radicalmente a nossa capacidade de continuar atraindo estudantes que estão comprometidos com a nossa missão, e não apenas aqueles que podem pagar”, ponderou o doutor Yaron Tomer, reitor do Albert Einstein.
“Seremos lembrados do legado que este presente histórico representa a cada primavera, à medida que enviamos outra classe diversificada de médicos por todo o Bronx e ao redor do mundo para fornecer cuidados compassivos e transformar suas comunidades”, adicionou.
A doação visa atrair estudantes “talentosos e diversos”, que de outra forma não teriam a oportunidade de cursar medicina, ressaltou a escola no comunicado.
“Isso permitirá que gerações de líderes de saúde avancem nos limites da pesquisa e dos cuidados, livres do fardo do endividamento esmagador dos empréstimos”, pontuou.
Os alunos do quarto ano serão reembolsados para o semestre da primavera de 2024. Em agosto, quando começa o semestre de outono, todos os alunos receberão mensalidades gratuitas.
Fonte: CNN International