O grupo armado libanês Hezbollah diz que atacou Metula, no norte de Israel e sul do Líbano, duas vezes nas primeiras horas da manhã desta terça-feira (1º) após o início de uma incursão militar israelense no país.
Hezbollah disse que um grupo de soldados em Metula foi alvo de artilharia e mísseis, dizendo que eles atingiram seu alvo com sucesso. O ataque foi “em apoio ao nosso firme povo palestino” em Gaza, e “em defesa do Líbano e seu povo”, disse o grupo.
Exército israelense informou que “aproximadamente cinco projéteis foram identificados cruzando do Líbano. Alguns dos projéteis foram interceptados e projéteis caídos foram identificados na área”, sem indicar onde eles caíram.
Em um incidente separado, o exército israelense disse que interceptou “dois projéteis” que cruzaram do Líbano, e acrescentou que sirenes também foram tocadas na área de Bar’am, no norte de Israel, e “um projétil foi identificado cruzando do Líbano e caiu em uma área aberta”. Após o início da operação, sons de fogo de artilharia, drones e helicópteros ecoavam pelo ar vindos de uma posição de uma equipe da CNN perto da fronteira.
Várias explosões, colunas de fumaça e flashes de luz também foram vistos vindos da direção da vila libanesa de Aadaysit Marjaayoun.
Operação terrestre “limitada”
O exército israelense informou que começou uma “operação terrestre limitada” no sul do Líbano em uma declaração nesta terça-feira (1º), no horário local.
“As FDI [Forças de Defesa de Israel] começaram há algumas horas uma operação terrestre limitada e direcionada na área do sul do Líbano contra alvos terroristas e infraestruturas da organização terrorista Hezbollah, em várias vilas perto da fronteira, que representam uma ameaça imediata e real aos assentamentos israelenses na fronteira norte”, disseram no comunicado.
A operação acontece após horas de ataques direcionados de Israel no Líbano, e em meio a restrições de movimentos civis em algumas cidades fronteiriças israelenses.
Entenda a guerra entre Israel e Hezbollah
Israel tem lançado uma série de ataques aéreos em regiões do Líbano. No dia 23 de setembro, o país teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Segundo os militares israelenses, os alvos são integrantes e infraestrutura bélica do Hezbollah, uma das forças paramilitares mais poderosas do Oriente Médio apoiada pelo Irã.
A ofensiva atingiu diversos pontos no Líbano, incluindo a capital do país, Beirute. Milhares de pessoas buscaram refúgio em abrigos e deixaram cidades do sul do país.
Além disso, uma incursão terrestre não foi descartada.
O chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, foi morto em um ataque aéreo israelense em Beirute, conforme confirmado pelo próprio grupo.
Hezbollah e Israel começaram a trocar ataques após o início da guerra na Faixa de Gaza. O grupo libanês é aliado do Hamas, que invadiu o território israelense em 7 de outubro de 2023, matando centenas de pessoas e capturando reféns.
Devido aos bombardeios, milhares de moradores do norte de Israel, onde fica a fronteira com o Líbano, tiveram que ser deslocados. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu diversas vezes fazer com que esses cidadãos retornem para suas casas.
No dia 17 de setembro, Israel adicionou o retorno desses moradores como um objetivo oficial de guerra.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades. O governo brasileiro também avalia uma possível missão de resgate.