Israel anunciou que convocará 60 mil reservistas antes de uma ofensiva planejada para tomar a Cidade de Gaza, mas a maioria das forças que operariam no maior centro urbano da Faixa de Gaza seriam soldados da ativa, disse uma autoridade militar israelense nesta quarta-feira (20).
Os avisos de convocação poderão ser enviados nos próximos dias, com os reservistas se apresentando para o serviço em setembro, informou o militar.
“A maioria das tropas que serão mobilizadas nesta nova fase serão da ativa e não reservistas”, explicou a autoridade, que falou a repórteres sob condição de anonimato.
Os reservistas convocados poderão estar na Força Aérea, em funções de inteligência ou apoio, ou ainda substituir soldados da ativa estacionados fora de Gaza, contou.
Entenda a guerra na Faixa de Gaza
A guerra na Faixa de Gaza começou em 7 outubro de 2023, depois que o Hamas lançou um ataque terrorista contra Israel.
Combatentes do grupo radical palestino mataram 1.200 pessoas e sequestraram 251 reféns naquele dia.
Então, tropas israelenses deram início a uma grande ofensiva com bombardeios e por terra para tentar recuperar os reféns e acabar com o comando do Hamas.
Os combates resultaram na devastação do território palestino e no deslocamento de cerca de 1,9 milhão de pessoas, o equivalente a mais de 80% da população total da Faixa de Gaza, segundo a UNRWA (Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos).
Desde o início da guerra, pelo menos 61 mil palestinos foram mortos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
O ministério, controlado pelo Hamas, não distingue entre civis e combatentes do grupo na contagem, mas afirma que mais da metade dos mortos são mulheres e crianças. Israel afirma que pelo menos 20 mil são combatentes do grupo radical.
Parte dos reféns foi recuperada por meio de dois acordos de cessar-fogo, enquanto uma minoria foi recuperada por meio das ações militares.
Autoridades acreditam que cerca de 50 reféns ainda estejam em Gaza, sendo que cerca de 20 deles estariam vivos.
Enquanto a guerra avança, a situação humanitária se agrava a cada dia no território palestino.
Segundo a ONU, passa de mil o número de pessoas que foram mortas tentando conseguir alimentos, desde o mês de maio, quando Israel mudou o sistema de distribuição de suprimentos na Faixa de Gaza.
Com a fome generalizada pela falta da entrada de assistência na Faixa de Gaza, os relatos de pessoas morrendo por inanição são diários.
Israel afirma que a guerra pode parar assim que o Hamas se render, e o grupo radical demanda melhora na situação em Gaza para que o diálogo seja retomado.