Israel fez um novo ataque a Gaza nesta segunda-feira (30), deixando ao menos 60 mortos. Mais cedo, o exército israelense emitiu ordens de evacuação para moradores de grandes distritos do norte, forçando uma nova onda de deslocamentos.
“As explosões não paravam; bombardeavam escolas e casas. Pareciam terremotos”, disse Salah, de 60 anos, pai de cinco filhos, da Faixa de Gaza. “Nos noticiários, ouvimos que um cessar-fogo está próximo, no chão, vemos mortes e ouvimos explosões.”
“Olhem para nós, não somos apenas números e nem apenas imagens. Mártires como este todos os dias”, disse uma mulher deslocada Amani Swalha, em pé sobre os escombros de uma escola na Faixa de Gaza atingida por um ataque. ” É nosso direito viver, e viver com dignidade, não assim, em humilhação.”
Negociações de cessar-fogo
A ofensiva israelense, que foi uma das mais pesadas nas últimas semanas, acontece em meio a novas tentativas do presidente dos Estados Unidos de fechar um acordo de cessar-fogo e resgatar reféns.
Um dia depois do apelo de Trump, o ministro de Assuntos Estratégicos de Israel, Ron Dermer, que é próximo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, viajou à Washington para uma nova rodada de conversas sobre Gaza e Irã.
Ainda assim, no enclave palestino, não houve sinais de que os combates iriam diminuir.
Em Israel, o gabinete de segurança de Netanyahu deve se reunir para discutir os próximos passos do conflito.
Na sexta-feira (27), o chefe militar de Israel disse que a atual operação terrestre estava perto de atingir seus objetivos e, no domingo, Netanyahu disse que novas oportunidades se abriram para recuperar os reféns, dos quais acredita-se que 20 ainda estejam vivos.
Ofensiva israelense no subúrbio de Gaza
Tanques israelenses avançaram para a região de Zeitoun e bombardearam diversas áreas no norte.
Segundo moradores, aeronaves bombardearam ao menos quatro escolas após ordenarem a retirada de famílias.
O Sindicato dos Jornalistas Palestinos afirmou que mais de 220 jornalistas foram mortos em Gaza desde o início da guerra, em outubro de 2023.
O exército israelense disse que atingiu alvos militantes no norte de Gaza, incluindo centros de comando e controle, após tomar medidas para mitigar o risco de ferir civis.
O bombardeio ocorreu após novas ordens de evacuação para vastas áreas no norte, onde forças israelenses já haviam operado, deixando para trás uma destruição em larga escala.
Os militares ordenaram que a população se dirigissem para o Sul, afirmando que planejavam combater militantes do Hamas que operavam no Norte de Gaza.
A guerra já matou mais de 56 mil palestinos, segundo autoridades de saúde locais, e destruiu grande parte da faixa costeira. A maioria dos reféns libertados até agora foi por meio de negociações indiretas entre o Hamas e Israel.