Diplomatas do Itamaraty devem visitar nesta sexta-feira (3) os brasileiros detidos em Israel após a interceptação da flotilha Global Sumud, que tentava levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza. A informação foi confirmada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, em reunião com parlamentares em Brasília nesta quinta-feira (2), segundo o jornal Folha de S.Paulo. A visita foi adiada em razão do feriado judaico de Yom Kippur.
Ao menos 12 brasileiros foram presos durante a operação israelense, segundo a assessoria do movimento que organizava a flotilha. Entre os detidos estão ativistas, políticos e representantes de partidos como o PSOL e o PT, incluindo a deputada federal Luizianne Lins e a vereadora Mariana Conti. Os organizadores também informaram que perderam contato com dois brasileiros, cujo paradeiro ainda é desconhecido.
O Itamaraty divulgou nota condenando a ação militar de Israel, classificando-a como uma violação dos direitos humanos e ressaltando que a segurança dos detidos é responsabilidade do governo israelense. Em contrapartida, o Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou que os ativistas estão sendo encaminhados para deportação à Europa, sem detalhar os países de destino.
A flotilha, composta por várias embarcações, tentou romper o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza para entregar suprimentos e assistência humanitária. Segundo o governo israelense, nenhuma embarcação conseguiu furar o bloqueio, e qualquer tentativa de aproximação será impedida para garantir a segurança na zona de conflito.
O caso gerou preocupação entre parlamentares brasileiros, que pedem o retorno imediato dos detidos. A deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS), presente na reunião com o ministro Mauro Vieira, afirmou estar “muito preocupada” com a situação e reforçou a necessidade de ações diplomáticas para garantir a integridade dos brasileiros presos.