Logo após a desistência de Joe Biden, a artilharia de opositores do atual presidente americano passou a mirar o nome sugerido para ocupar a disputa: Kamala Harris, mulher, negra, filha de imigrantes e dona de um extenso currículo de atuação na política e no Judiciário.
Se antes as críticas carregavam um toque de etarismo diante de gafes que minaram a possibilidade de reeleição de Biden, com Kamala Harris, a estratégia é outra – mais conhecida e igualmente rasteira.
Não sobram elementos para enaltecê-la e criticá-la pelo desempenho na Casa Branca. Aliás, pouco aprovado pelos eleitores, segundo pesquisas.
Para ficar apenas em um exemplo controverso, pesa contra Kamala a atuação sobre o controle da imigração na fronteira com o México, que bateu recorde durante o período.
Aos 59 anos, quase 20 a menos do que o ex-presidente Donald Trump, Kamala chega à disputa com um perfil enérgico, com a promessa de atrair o eleitorado jovem e revigorar os pontos fracos da campanha democrata.
Justamente a desenvoltura de Harris causou, e de imediato, a repulsa em seus adversários.
Não se trata do que ela pensa sobre aborto, casamento gay e imigração, para ficar nas pautas mais divergentes entre democratas e republicanos, mas sobre sua personalidade.
O canal de notícias Fox News, por exemplo, decidiu produzir um compilado da vice-presidente às gargalhadas, em diferentes momentos de seu mandato.
Ao exibir a montagem, o âncora, um homem, diga-se de passagem, afirma que “esse é um dos motivos pelos quais os eleitores parecem detestar Kamala Harris”.
A posição do jornalista converge com o que pensa Donald Trump. O ex-presidente já se referiu à vice-presidente como “louca” e a apelidou de “Kamala risonha”.
O vice de Trump, J.D. Vance, criticou Harris por não ter tido filhos em uma gravação de 2021, que voltou a circular recentemente.