Cerca de 1.200 oficiais das Forças de Defesa de Israel (FDI), tanto reservistas quanto aqueles que estão no serviço ativo, preparam uma carta aberta pedindo o fim da guerra na Faixa de Gaza, na qual destacam que a questão se tornou um conflito político.
O documento foi revelado pelo jornal Haaretz e diz que a guerra não serve mais aos interesses de segurança nacional de Israel.
“Nós, antigos e atuais oficiais e comandantes da reserva das FDI, exigimos que o governo e o chefe do Estado-Maior parem a guerra política em Gaza e [resgatem] imediatamente todos os reféns”, diz a carta, segundo o Haaretz.
“Continuar a guerra vai contra a vontade da esmagadora maioria do público, resultará na morte de reféns, soldados das FDI e civis inocentes, e pode até levar à prática de crimes de guerra”, adiciona.
Outro trecho do documento pontua que “esta é uma guerra para preparar a ocupação de Gaza e tem como objetivo implementar a visão messiânica de uma pequena minoria na sociedade israelense”.
O conflito em Gaza começou no dia 7 de outubro de 2023, quando combatentes do Hamas invadiram o território israelense, mataram 1.200 pessoas e sequestraram 251, segundo contagem do governo de Israel.
Até o momento, os ataques do Exército israelense já mataram mais de 54 mil palestinos na Faixa de Gaza, de acordo com autoridades de saúde locais, e reduziram grande parte do território a escombros.
Ex-premiê sugere que Israel cometeu crimes
Em entrevista à imprensa, Ehud Olmert, ex-primeiro-ministro de Israel, criticou duramente a liderança política do país e a conduta das Forças Armadas, dizendo que não tem mais condições de defender o país contra acusações de crimes de guerra.
“O que é isso senão um crime de guerra?”, questionou.
Ele falou que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e integrantes de ultradireita do governo estão “cometendo ações que não podem ser interpretadas de outra forma”.
Desde o início da guerra, Olmert defende Israel no exterior contra acusações de genocídio e limpeza étnica em Gaza.