O Museu do Louvre, em Paris, símbolo da cultura francesa e destino de milhões de visitantes todos os anos, amanheceu fechado nesta segunda-feira (20) após um roubo cinematográfico que retirou do acervo nove joias imperiais de valor incalculável.
O assalto, ocorrido na manhã de domingo (19), durou apenas sete minutos e terminou com uma fuga de scooter, deixando o país em choque e o governo sob pressão política.
A direção do museu anunciou que os visitantes com ingressos receberão reembolso automático e comunicou a suspensão das visitas por tempo indeterminado. O prédio foi evacuado logo após o crime e passou a ser tratado como cena de investigação, com perícia intensiva nas galerias atingidas.
Repercussão política
O caso rapidamente se tornou tema nacional. O ministro da Justiça, Gérald Darmanin, reconheceu publicamente o fracasso das autoridades. “Falhamos. O episódio projeta uma imagem deplorável da França e atinge o orgulho nacional”, afirmou à rádio France Inter.
A oposição reagiu com dureza. O líder da ultradireita, Jordan Bardella, classificou o roubo como uma “humilhação nacional”, enquanto o deputado conservador François-Xavier Bellamy disse que o país “já não consegue proteger nem seu patrimônio histórico”.
A pressão levou o governo Macron a convocar uma reunião de emergência entre os ministérios da Cultura e do Interior para rever os protocolos de segurança do museu — considerado o mais visitado do mundo.
O ataque em detalhes
Segundo a polícia, o crime ocorreu às 9h30 do domingo (4h30 em Brasília), cerca de meia hora após a abertura das portas. Quatro suspeitos, usando o elevador de carga, entraram nas dependências restritas do museu, usaram uma minisserra elétrica para romper vitrines e recolher as peças em tempo recorde.
A ação foi tão rápida que confundiu funcionários e turistas. Testemunhas relataram que o alarme soou, e guias começaram a evacuar visitantes sem explicações.
Investigadores franceses acreditam que o grupo faça parte de uma rede internacional de crime organizado, especializada em obras de arte e antiguidades. Mais de 60 policiais participam da caçada aos suspeitos, que fugiram em duas scooters, uma delas já recuperada nas proximidades do museu.