Moradores de uma pequena vila americana estão prestes a viver no escuro por um bom tempo.
Nesta terça-feira (18), às 13h36, no horário local (19h36 de Brasília), acontecerá o último pôr do sol do ano em Utqiagvik, no norte do Alasca, antigamente conhecida como Barrow.
A cidade não verá o sol de novo até o dia 22 de janeiro, às 13h15 no horário local. Serão 64 dias da chamada ”noite polar”, que acontece anualmente.
O mesmo acontece em outras cidades que fazem parte do círculo ártico, mas Utqiagvik é a primeira a experimentar o fenômeno por causa da localização no extremo do Alasca.
O sol some a cada inverno por causa da inclinação do eixo da Terra. O terço norte do Alasca fica acima do Círculo Polar Ártico, o anel de latitude que circunda a gélida região polar do Ártico. “A inclinação faz com que nenhum disco do Sol seja visível acima do horizonte”, explica a meteorologista da CNN Allison Chinchar.
Porém, isso não significa que a cidade fique totalmente na escuridão 24 horas por dia.
“A maioria das horas do dia passa por períodos conhecidos como crepúsculo civil”, diz a especialista.
“Pense em como é o céu 10 ou 20 minutos antes do nascer do sol ou logo após o pôr do sol. Quando ainda tem um pouquinho de luz no céu, mas o sol já sumiu. É assim que vai ser por algumas horas por dia”, falou Chinchar.
Agora, se estiver nublado ou nevando, nem esse pouco de luz será possível ver.
Durante o período, os cerca de 4.900 habitantes viverão uma rotina que data de gerações, que consiste em ficar bastante dentro de casa. “Para eles, é uma forma de viver comum, então eles se programam durante o ano para esse período, guardam comida, e é claro que a energia elétrica ajuda muito”, diz Chinchar.
Por cerca de um a dois meses, os moradores de Kaktovik, Point Hope e Anaktuvuk Pass também ficarão sem o sol.
A noite polar também anualmente acontece nos invernos dos países escandinavos como Finlândia, Suécia, Noruega e Groenlândia.

