EUA – O ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou publicamente seu apoio à pré-candidatura de Kamala Harris à Casa Branca. A atual vice-presidente norte-americana tornou-se o provável novo nome do partido Democrata para disputar a presidência após o presidente Joe Biden anunciar que não concorrerá à reeleição.
A eleição presidencial nos Estados Unidos está marcada para o dia 5 de novembro. Pelo lado do Partido Republicano, o ex-presidente Donald Trump foi escolhido como o candidato oficial para a disputa.
Apesar de Kamala Harris ser a provável indicada, ela ainda deve disputar a nomeação com o senador Sherrod Brown. O candidato oficial será definido em uma convenção do partido Democrata, marcada para o dia 19 de agosto, em Chicago.
OMABA E KAMALA
Barack Obama e Kamala Harris compartilharam um vídeo em seus perfis na rede social X (antigo Twitter). Na gravação, a pré-candidata aparece recebendo uma ligação de Obama e sua esposa, Michelle. O vídeo lembra a estratégia utilizada por Joe Biden em 2020, quando publicou um vídeo convidando Kamala para ser sua vice.
No vídeo divulgado nesta sexta, a ex-primeira-dama Michelle Obama se refere à possível candidata dos democratas como “minha garota, Kamala” e expressa seu orgulho. “Isso será histórico”, diz Michelle. Kamala Harris responde dizendo que o apoio e a amizade do casal Obama significam muito para ela.
“Nós ligamos para dizer que Michelle e eu não poderíamos estar mais orgulhosos em apoiar você e vamos fazer tudo o que pudermos para que você passe por essa eleição e chegue ao Salão Oval”, declarou Barack Obama. Ele sugeriu, em seu post no X, que a conversa aconteceu há alguns dias e afirmou que Kamala seria “uma presidente dos EUA fantástica”.
Vidas Negras Importam
O presidente Joe Biden usou a mesma estratégia para divulgar o convite feito a Kamala Harris para ser sua vice-presidente na eleição de 2020. Em um vídeo publicado em 12 de agosto daquele ano, Biden telefona para Kamala e pergunta se ela está preparada para trabalhar, ao que ela responde: “Ai, meu Deus, eu estou preparada”. Biden pede para que ela confirme se está realmente interessada no cargo, e Kamala responde: “A resposta é com certeza, sim”.
À época do convite, os EUA viviam uma onda de protestos antirracistas e contra a violência policial, liderados pelo movimento “Black Lives Matter”. O estopim foi o caso de George Floyd, um ex-segurança negro que foi morto durante uma abordagem policial. Biden foi pressionado pelos democratas para escolher uma mulher negra como vice, e a escolha de Kamala foi vista como um aceno do partido às minorias.
A escolha de Kamala foi fundamental para a eleição de Biden, pois atraiu eleitores negros, que tradicionalmente votam em candidatos democratas. Eles foram votos-chave na reeleição de Barack Obama em 2012 e, na eleição de 2016, quando a chapa democrata não tinha nenhum negro, Hillary Clinton perdeu para Donald Trump.
Joe Biden foi eleito o 46º presidente dos EUA em 7 de novembro de 2020, e Kamala Harris se tornou a primeira mulher a ocupar o cargo de vice-presidente.
Anúncio delicado
Essa é a primeira vez que Obama apoia Kamala publicamente. No entanto, segundo a agência de notícias Reuters, ele já havia expressado total apreço por ela em conversas particulares e mantinha contatos regulares com a vice-presidente.
Analistas acreditam que a demora de Obama em fazer uma declaração pública se deve à sua forte amizade com Joe Biden, e o apoio poderia abalar a relação dos dois, dependendo de como fosse feito. Ainda assim, havia uma expectativa pelo apoio, uma vez que Kamala já teria o número suficiente de delegados para ser nomeada candidata à Casa Branca. De acordo com levantamento da Associated Press, no início desta semana, Kamala alcançou a marca de 2.579 delegados — são necessários 1.976 para a nomeação.
Os delegados representam a vontade dos membros do Partido Democrata durante as primárias, a votação interna que decide quem será o nome oficial para concorrer com Trump.
Leia mais: Donald Trump retoma campanha em cenário político completamente novo
sssss