O Conselho de Segurança da ONU se reuniu a portas fechadas, no início desta semana, para discutir a disputa entre Venezuela e Guiana pelo território de Essequibo.
A reunião aconteceu a pedido do presidente da Guiana, Irfaan Ali, que solicitou, na última sexta (5), o encontro em uma carta à Presidência do colegiado, ocupada em abril pela representante de Malta, Vanessa Frazier.
Na reunião, quem se manifestou em nome da Guiana foi a embaixadora guianense nas Nações Unidas, Carolyn Rodrigues-Birkett.
“Nas suas observações, ela forneceu uma visão completa da história da controvérsia fronteiriça e destacou as ações que foram tomadas pela Venezuela em violação dos acordos diplomáticos”, informou o Ministério das Relações Exteriores do país, em comunicado após o encontro.
“Ela enfatizou o compromisso da Guiana com a paz, o Estado de direito e com a resolução da controvérsia através da Corte Internacional de Justiça (CIJ)”, acrescentou, dizendo que Rorigues-Birkett enfatizou a responsabilidade do colegiado “em garantir o respeito pelo Estado de direito e a adesão aos princípios fundamentais da Carta das Nações Unidas”.
A diplomata ainda cobrou o Conselho a pressionar a Venezuela a buscar uma solução pacífica para a disputa através da CIJ – principal órgão judiciário da ONU, que não é reconhecido pelo governo de Nicolás Maduro.
A Venezuela participou da reunião a convite, representada por Samuel Moncada, embaixador de Caracas na ONU.
“Impedimos a Guiana e os seus aliados de imporem a sua versão falsa à Guiana Essequiba (nome dado pelo governo Maduro ao promulgar anexação do território de Essequibo. A Venezuela falou pela primeira vez no Conselho depois de duas gerações”, publicou Moncada nas redes sociais.
No vídeo, o diplomata disse que a reunião foi interessante e o trabalho foi cumprido.
Ele alegou que, caso não tivesse participado da reunião, a Guiana iria convencer o Conselho de que todo o território de Essequibo é deles e que possuem pleno direito pela região.
“Nós, quando reivindicamos esse território, estamos o fazendo desde 1962 e temos motivos históricos. […] Estamos equilibrando os pesos, e o Conselho se deu conta de que há duas versões e a da Guiana não tem muito fundamento”, afirmou Moncada.
Além dos representantes de Venezuela e Guiana, o secretário-geral adjunto das Nações Unidas para a Europa, Ásia Central e Américas, Miroslav Jenča, além do representante do Haiti, representando a Comunidade do Caribe (Caricom), discursaram.
Fonte: CNN.