A oposição venezuelana denunciou, nesta quarta-feira (2), que o prefeito de Maracaibo, Rafael Ramírez Colina, foi preso por agentes de segurança do governo de Nicolás Maduro. O político teria sido preso com outros funcionários da prefeitura da cidade venezuelana.
Segundo o Primeiro Justiça, partido de Colina, o prefeito foi levado, na tarde desta terça (1º), para a sede local do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional da Venezuela (Sebin), e ainda não há maiores informações sobre a prisão.
“Não sabemos detalhes de sua condição, assim como as razões que motivaram esse procedimento”, expressou a sigla em comunicado, dizendo que a prisão viola princípios constitucionais.
O partido de Colina pediu ainda a soltura do prefeito e dos demais funcionários e “o fim da perseguição política e respeito aos direitos humanos de cada venezuelano”.
Maracaibo é a capital de Zúlia, um dos principais estados produtores de petróleo no país. Segundo os resultados contabilizados pela oposição – que contesta a vitória de Maduro anunciada pelo poder eleitoral – o candidato Edmundo González teria ganhado o pleito presidencial por 75% dos votos, contra 24% para o presidente chavista, na cidade.
Entorno de María Corina
Na noite de terça, a agrupação política da ex-deputada María Corina Machado, Vente Venezuela, também afirmou que seu coordenador em uma cidade do estado de Anzoátegui foi preso. “Corpos repressores do regime sequestraram Julio Itriago”, postou o movimento na rede social X.
A agrupação já havia denunciado, no último domingo, o “sequestro” dois integrantes da equipe de segurança da líder opositora. Segundo o Vente Venezuela, Milciades Ávila e Edwin Moya teriam sido levados por agentes governamentais e permaneciam com paradeiro desconhecido.
Ávila é o chefe de segurança de Machado, e já havia sido detido em julho. Ele acabou solto horas depois. Já Moya é um dos agentes de proteção da líder opositora. As autoridades venezuelanas ainda não confirmam as supostas prisões.
“Sequestro” é um termo frequentemente utilizado pela oposição para denunciar prisões efetuadas pelas forças de segurança venezuelana em que os detidos são mantidos sem contato com familiares, advogados ou quando não há confirmação, por parte das autoridades, de para onde foram levados.
É comum que, horas depois das denúncias opositoras, as prisões acabem sendo confirmadas oficialmente.
Mais de 20 integrantes da equipe de Machado e de outros partidos opositores que apoiaram a candidatura de Edmundo González estão presos. Já o ex-candidato opositor se asilou em Madri após ter um mandado de prisão emitido contra ele.