Um novo estudo revela que a Terra teve o trimestre mais quente já registrado. As temperaturas da superfície do mar não têm precedentes e as condições climáticas foram bastante extremas.
O relatório lançado esta quarta-feira pela Organização Meteorológica Mundial, OMM, e o Serviço de Alterações Climáticas Copérnico confirma a piora da intensidade das alterações climáticas e a frequência das ondas de calor.
Impacto na qualidade do ar e na saúde
A realidade das ondas de calor extremo, agravadas por incêndios florestais e pela poeira do deserto, têm um impacto mensurável na qualidade do ar, na saúde humana e no ambiente.
O climatologista Álvaro Silva comenta o quadro atual e afirma que ainda pode ser revertido.
“Já se antevia. Este balanço que fazemos agora, no final do verão climatológico, que foi o mais quente que há registro já se esperava depois de um julho extremamente quente, o mais quente desde que há registro. E o mês de agosto foi o segundo mais quente e o agosto mais quente desde que há registro. Este balanço leva-nos a refletir e, sobretudo, a querer mais do ponto de vista da ação climática e de redução dos gases com efeito de estufa. Só com um aumento desta ambição, do ponto de vista de mitigação dos gases de efeito estufa, é que será possível atenuar e depois contrariar esta tendência crescente de aumento da temperatura global.”
Os cientistas envolvidos na pesquisa fizeram uma avaliação coletiva das tendências globais recentes e do que pode ser esperado, observando o aquecimento em toda a bacia oceânica e um aumento nas ondas de calor marinhas.
Novo recorde nos próximos cinco anos
Em nota, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que o planeta acaba de passar pelo verão mais quente já registrado e que o “colapso climático” começou.
Para o líder da organização, ainda é possível evitar o pior do caos climático e não há tempo a perder. Em relação à extensão do gelo marinho da Antártida manteve-se num nível recorde baixo para esta época do ano, com um valor mensal 12% abaixo da média. O dado é de longe a maior anomalia negativa para agosto desde que as observações por satélite começaram no final da década de 1970. A extensão do gelo marinho do Ártico ficou 10% abaixo da média, mas bem acima do mínimo recorde de agosto de 2012.
Em maio, um relatório da OMM e do Met Office do Reino Unido apontava para 98% de probabilidade de que pelo menos um dos próximos cinco anos seja o mais quente já registrado.
Com informações da ONU News