O historiador brasileiro João Miragaya, residente em Israel, relatou à imprensa que atualmente há um apoio significativo da população israelense ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu na escalada de tensões com o Irã.
Segundo Miragaya, este suporte é característico da sociedade israelense em momentos de conflito.
De acordo com o historiador, “Israel passou durante sua história por algumas guerras que foram consideradas pela população como guerras existenciais”. Ele ressalta que essa união em torno do governo é comum não apenas em Israel, mas em diversas nações quando enfrentam ameaças percebidas como consensuais.
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Apoio popular e objetivos da guerra
Miragaya observa que o apoio popular tende a se manter enquanto a população acredita na legitimidade e eficácia das ações governamentais.
“No momento, a impressão que dá, porque não há pesquisas, mas a gente vê pelos meios de comunicação, vê pelas redes sociais, é que há um apoio maciço da população israelense a esse confronto com o Irã”, afirma.
No entanto, o historiador alerta que a continuidade desse apoio dependerá da clareza e do alcance dos objetivos estabelecidos pelo governo.
“Acho que a gente já começa com uma complicação em relação a essa resposta, porque os objetivos não foram tornados públicos para a população pelo governo israelense”, pondera Miragaya.
Perspectivas futuras
O especialista sugere que, a médio prazo, a falta de objetivos claros pode dificultar a manutenção do apoio popular.
“Se o governo israelense não foi a público, como fez no 7 de outubro, para dizer os nossos objetivos são A, B ou C? A gente não sabe quais eles são, então isso dificulta que a população, a médio prazo, compre a narrativa de que a guerra é importante”, explica.
Miragaya ressalta que a população israelense tende a questionar: “Ela é importante para quê? Qual é o nosso objetivo?”. Essas indagações podem ser cruciais para determinar o nível de apoio popular às ações do governo Netanyahu no decorrer do conflito com o Irã.