A Prada anunciou nesta quinta-feira (10) a compra da Versace por € 1,25 bilhão (cerca de US$ 1,38 bilhão, ou R$ 8,1 bilhões) da Capri Holdings, grupo americano dono também das marcas Michael Kors e Jimmy Choo. A transação, considerada a maior do setor de luxo em 2025 até agora, marca o fim do projeto da Capri de formar um conglomerado de moda nos moldes dos grupos franceses LVMH e Kering.
Com a aquisição, a Versace passa a integrar o portfólio da Prada Group, que já inclui as marcas Prada, Miu Miu, Car Shoe, Church’s, além da equipe de vela Luna Rossa e da confeitaria Marchesi. Segundo Andrea Guerra, CEO da Prada, a incorporação da Versace trará “uma nova dimensão, diferente e complementar” ao grupo.
A Prada vai financiar a operação com dívida, levantando mais de € 1 bilhão. A aprovação do negócio foi unânime nos conselhos das duas empresas, e a conclusão está prevista para o segundo semestre, sujeita à aprovação regulatória.
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A Versace, conhecida por seu estilo marcante e identidade distinta, enfrenta queda nas receitas: a expectativa da Capri é de faturamento de US$ 810 milhões neste ano fiscal, ante US$ 1 bilhão em 2024. A marca já era vista como alvo potencial de aquisição desde o bloqueio da venda da Capri para o grupo Tapestry pela agência reguladora dos EUA.
O movimento ocorre em um momento de instabilidade nos mercados, com o impacto de políticas tarifárias do governo Trump, e reforça a valorização do selo “Made in Italy”. Para a Prada, trata-se de uma nova tentativa de integrar marcas externas ao seu modelo de negócios — após experiências malsucedidas com Jil Sander e Helmut Lang nos anos 2000.
Em 2024, o grupo Prada teve um crescimento de 17% na receita, totalizando €5,4 bilhões, impulsionado sobretudo pela alta de 93% nas vendas da Miu Miu. Analistas apontam que, apesar dos desafios para recuperar a Versace, a operação pode consolidar a posição da Prada como protagonista no mercado de luxo global.