O presidente queniano, William Ruto, disse nesta terça-feira (25) que os protestos “legítimos” contra um projeto de lei para aumentar os impostos no país foram “infiltrados e tomados por um grupo de criminosos organizados”.
Ruto condenou o que chamou de “ataque sem precedentes” à democracia depois que manifestantes que tentavam invadir o parlamento entraram em confronto com a polícia, deixando pelo menos cinco mortos.
Em um discurso nacional, o presidente queniano prometeu que toda a força dos serviços de segurança do Quênia seria mobilizada para evitar mais distúrbios.
O país foi tomado por vários dias de protestos em que os manifestantes forçaram a polícia a entrar brevemente no parlamento nesta terça-feira (25), enquanto a reforma tributária era debatida.
Contudo, a retórica do presidente sinalizou que não há recuo nos esforços de arrecadação dos 2,7 mil milhões de dólares em novos impostos para aliviar os custos da dívida nacional.
Ruto agradeceu às forças de segurança por defenderem o país e disse que a segurança dos quenianos continuava a ser a sua “maior prioridade”. O líder queniano não fez nenhuma menção às táticas violentas utilizadas contra o que chamou de “criminosos que fingem ser manifestantes pacíficos”.
O politico venceu as eleições há quase dois anos com uma plataforma de defesa dos trabalhadores pobres do Quênia, mas ficou pressionado com as exigências concorrentes de credores como o Fundo Monetário Internacional, que insta o governo a reduzir os défices para obter mais financiamento.
Manifestantes foram mortos nos protestos
A polícia disparou contra manifestantes que tentavam invadir o parlamento do Quênia nesta terça-feira (25), com pelo menos cinco manifestantes mortos e seções do edifício do parlamento incendiadas enquanto os legisladores no interior aprovaram uma lei para aumentar impostos.
Protestos e confrontos também ocorreram em várias outras cidades e vilas em todo o Quênia. Muitos dos manifestantes pediam que o presidente William Ruto renunciasse o cargo, bem como se opuseram aos aumentos de impostos.
Em cenas caóticas, os manifestantes dominaram a polícia, e expulsaram-na em uma tentativa de invadir o complexo do parlamento. Chamas podiam ser vistas vindo de dentro.
A polícia disparou gás lacrimogêneo e canhões de água mas não conseguiram dispersar a multidão. Um jornalista da Reuters contou os corpos de pelo menos cinco manifestantes fora do parlamento.
O parlamento aprovou o projeto de lei financeiro, passando-o para uma terceira leitura pelos legisladores. O próximo passo é que a legislação seja enviada ao presidente para assinatura. Ele pode devolvê-lo ao parlamento se tiver alguma objeção.
Fonte: CNN.