Durante a cúpula virtual do Brics, realizada nesta segunda-feira (8), o presidente Lula criticou o que chamou de “chantagem tarifária”. A reunião foi convocada para discutir as novas tarifas comerciais do presidente dos Estados Unidos Donald Trump e mobilizar apoio ao multilateralismo.
“A chantagem tarifária está sendo normalizada como instrumento para conquista de mercados e para interferir em questões domésticas”, disse Lula.
O presidente acrescentou que sanções secundárias restringem a liberdade de fortalecer o comércio com outros países.
Durante a reunião, organizada pelo Brasil, os países do Brics reafirmaram o compromisso com a preservação e o fortalecimento do multilateralismo, segundo um comunicado do Palácio do Planalto.
O presidente da China, Xi Jinping, pediu aos países do grupo que salvaguardem o sistema multilateral de comércio e resistam a todas as formas de protecionismo, ao discursar em uma cúpula virtual do grupo, informou a mídia estatal chinesa Xinhua.
Guerra no Oriente Médio
Ainda na cúpula, o presidente Lula criticou a guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza, pedindo o fim do “genocídio” no território palestino.
Lula também reiterou a decisão de aderir a uma ação na CIJ (Corte Internacional de Justiça) que acusa Israel de cometer genocídio na Faixa de Gaza. “Reiterar o compromisso com a Solução de Dois Estados estará no centro da atuação brasileira na Conferência de Ato Nível para a Solução Pacífica da Questão Palestina”, afirmou ele.
“A decisão de Israel de assumir o controle da Faixa de Gaza e a ameaça de anexação da Cisjordânia requer nossa mais firme condenação”, acrescentou.
Guerra na Ucrânia
Sobre a guerra na Ucrânia, Lula pediu uma solução realista para o conflito. O presidente também falou que o encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder russo, Vladimir Putin, no Alasca e os desdobramentos em Washington “são passos na direção correta para pôr fim a esse conflito”.
Lula reforçou que a Iniciativa Africana e o Grupo de Amigos para a Paz, criado por China e Brasil, podem contribuir para o diálogo e a diplomacia.