O Palácio do Planalto vê a desvinculação do trilho político do trilho econômico-comercial após a reunião entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, em Washington.
Os relatos que chegaram de Washington e Brasília após a reunião ontem (16) entre ambos foi visto como uma confirmação de um aspecto considerado importante para a diplomacia brasileira de que será possível focar as negociações em termos econômicos e comerciais.
O maior sinal disso foi que a conversa, segundo o Planalto, não tratou da situação jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro nem do mérito das sanções aplicadas pela Casa Branca contra autoridades brasileiras, como o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
Além disso, chamou a atenção a presença do representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, que comanda o USTR — sigla para United States Trade Representative (em tradução livre, Representante Comercial dos Estados Unidos).
A percepção foi a de que a conversa foi restrita a como organizar o diálogo econômico para ver caminhos de convergência — e, aí, sim, evoluir para fechar um acordo que leve ao fim do tarifaço.
O governo também entende que não havia expectativa de que a reunião resultasse em reversão das medidas e que a linha foi abordar possíveis pontos em comum para preparar o encontro — e potenciais anúncios — pelos presidentes Donald Trump e Lula.
A diplomacia brasileira trabalha com uma data para o encontro entre os dois presidentes: 26 de outubro. É o dia em que Lula estará na Malásia para a Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean). Trump, porém, ainda não confirmou presença.