O Senado dos Estados Unidos voltou a rejeitar, nesta quarta-feira (8), duas propostas — uma republicana e outra democrata — para encerrar o shutdown do governo federal, que já se estende por oito dias. A paralisação começou em 1º de outubro e não há sinais de avanço nas negociações.
Em votação apertada, o projeto liderado pelos republicanos, que previa financiamento temporário até 21 de novembro, foi derrotado por 54 votos a 45. A proposta alternativa dos democratas, que incluía a prorrogação de subsídios ampliados do Obamacare (Lei de Cuidados Acessíveis), também não passou, com 47 votos favoráveis e 52 contrários.
A exigência democrata de manter os benefícios de saúde — que expiram no fim de 2025 — é o principal ponto de impasse. Já os republicanos, que controlam por margens estreitas as duas casas do Congresso, defendem um acordo de curto prazo sem mudanças nas regras atuais.
“Os republicanos estão fechando o governo porque se recusam a enfrentar a crise da saúde nos Estados Unidos”, disse o líder democrata no Senado, Chuck Schumer.
Tentativas de mediação, como a proposta da senadora republicana Susan Collins para discutir os subsídios após a reabertura do governo, não convenceram a oposição.
Enquanto isso, a Casa Branca alerta para possíveis demissões de servidores e até a suspensão do pagamento retroativo a funcionários afastados, caso o impasse se prolongue. O presidente da Câmara, Mike Johnson, afirmou que a lei exige o pagamento dos salários assim que o trabalho for retomado.
O shutdown já provocou impactos econômicos, como a ausência da divulgação do relatório de empregos de setembro. Analistas alertam que, se a paralisação continuar, setores como infraestrutura, energia e programas sociais podem sofrer cortes significativos.