A SpaceX divulgou um novo vídeo que mostra, pelo ângulo da base, o momento em que o foguete Super Heavy é “abraçado” pela plataforma de lançamento, ainda no ar.
A manobra realizada no último domingo (13) nunca tinha sido feita antes e foi descrita por Elon Musk, dono da SpaceX, como “um grande passo na direção de uma vida multiplanetária”. Isso porque a empresa aeroespacial visa, num futuro, a colonização de Marte — onde o homem nunca chegou.
O retorno do foguete Super Heavy à base de lançamento significa que ele poderia ser reutilizado e também ter um tempo entre viagens mais curto do que se o equipamento de 70 metros de altura tivesse que ser transportado do mar, por exemplo, até a sede da SpaceX, para manutenção pós-voo.
Isso pode resultar em uma redução no custo das viagens espaciais, impulsionando o turismo espacial e também missões governamentais.
Como foi a missão?
A missão do último domingo foi o quinto teste da Starship e a segunda com um voo completo.
O Super Heavy, foguete mais potente do mundo, decolou por volta das 9h30 (horário de Brasília) no Texas, impulsionando a nave Starship, também considerada a mais poderosa do planeta.
O foguete retornou para a plataforma menos de 10 minutos depois e, ainda no ar, foi agarrado pelos “braços” da plataforma, um sistema apelidado de Mechazilla, um trocadilho com o nome do monstro da ficção Godzilla, segundo Musk.
No teste mais bem-sucedido da missão Starship, em junho passado, o Super Heavy tinha pousado nas águas do Golfo do México, como era o planejado para aquela viagem.
Musk explicou no X, a rede social da qual é dono, que o retorno para a base era um grande desafio devido à velocidade e do peso dos foguetes. E que o sistema de “braços” mecânicos ajuda justamente nesses pontos.
Já a nave, chamada de Starship, e que não tinha tripulantes, fez um voo de 1 hora, atingindo mais de 200 km de altitude, e retornou à atmosfera terrestre pousando no Oceano Índico — ela explodiu logo depois, o que, segundo SpaceX, era previsto.
Foi a segunda vez que a cápsula conseguiu reentrar na órbita terrestre, fazendo um voo completo.
“Amigos, este é um dia para os livros de história da engenharia”, disse um porta-voz da SpaceX durante a transmissão ao vivo da empresa, após o propulsor ser capturado e a equipe de controle celebrar o feito.
A concorrente no ramo de viagens privadas aeroespaciais Blue Origin, do também bilionário Jeff Bezos, postou parabenizando a SpaceX.
Como foram os outros testes?
No primeiro lançamento, em abril de 2023, a Starship explodiu quando ainda estava acoplada ao Super Heavy. Uma falha nos motores fez a empresa ativar um sistema de destruição para explodir o foguete.
No segundo, em novembro de 2023, o Super Heavy explodiu, mas logo após se separar da nave. A FAA investigou o acidente e afirmou que a SpaceX identificou a necessidade de realizar 17 correções na nave.
O terceiro voo aconteceu em março de 2024 e durou 50 minutos. A Starship foi destruída, mas a empresa considerou esse teste um avanço porque nunca tinha ido tão longe neste tipo de teste.
O quarto voo aconteceu em junho de 2024 e foi o primeiro bem-sucedido. A Starship conseguiu pousar no Oceano Índico, e o Super Heavy, no Golfo do México, como planejado.
Como é a nave Starship?
- Tem 120 metros de altura (somando nave Starship e propulsor Super Heavy) e 9 metros de diâmetro
- Poderá transportar até 100 pessoas
- É projetada para ser reutilizável, assim como outras naves da SpaceX
- Tem capacidade para transportar até 250 toneladas, se puder ser descartada após uma missão, e 150 toneladas, quando precisar ser reutilizada
- Está sendo testada desde 2019
- Será usada para transporte de carga no programa Artemis, série de missões da Nasa para levar astronautas de volta à superfície da Lua
- No futuro, poderá ser usada para transportar pessoas e cargas até Marte, segundo a SpaceX