As tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela estão aumentando em meio a uma grande mobilização naval dos EUA no Caribe Sul e águas próximas, que, segundo autoridades americanas, tem como objetivo enfrentar ameaças de cartéis de drogas latino-americanos.
O presidente dos EUA, Donald Trump, fez do combate aos cartéis de drogas uma meta central de sua administração, parte de um esforço mais amplo para limitar a migração e proteger a fronteira sul dos Estados Unidos. Embora navios da guarda costeira e da Marinha dos EUA operem regularmente no Caribe Sul, essa mobilização é significativamente maior do que os destacamentos habituais na região.
Um funcionário dos EUA, falando sob condição de anonimato, disse na quinta-feira (28) que sete navios de guerra americanos, junto com um submarino de ataque rápido nuclear, estavam na região ou deveriam chegar nela na próxima semana.
O ditador venezuelano Nicolás Maduro denunciou as movimentações.
Na quarta-feira (27), ele afirmou que a Venezuela estava sendo “ameaçada” por submarinos nucleares em violação a tratados internacionais.
Ainda não está claro qual será exatamente a missão dessas embarcações, mas a administração Trump disse que agora pode usar os militares para perseguir cartéis de drogas e grupos criminosos, e ordenou ao Pentágono que prepare opções.
Na quinta-feira, a Casa Branca afirmou que Trump está pronto para usar “todos os elementos do poder americano para impedir que drogas inundem nosso país.”
“Muitas nações do Caribe e da região aplaudiram as operações antidrogas e os esforços da administração,” disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, aos repórteres.
A administração Trump designou, em fevereiro, o Cartel de Sinaloa do México e outras gangues de drogas, assim como o grupo criminoso venezuelano Tren de Aragua, como organizações terroristas globais.
Parte desse reforço inclui os navios USS San Antonio, USS Iwo Jima e USS Fort Lauderdale. As embarcações transportam 4.500 militares, incluindo 2.200 fuzileiros navais, segundo fontes que falaram à Reuters.
As Forças Armadas dos EUA também têm realizado voos com aviões espiões P-8 na região para coleta de inteligência, segundo autoridades, embora eles operem em águas internacionais.
“Nossa diplomacia não é a diplomacia dos canhões, das ameaças, porque o mundo não pode ser o mundo de cem anos atrás,” disse Maduro, cujo governo anunciou na semana passada o envio de 15.000 tropas para estados ao longo da fronteira ocidental com a Colômbia para combater grupos de tráfico de drogas.
Maduro também pediu que grupos de defesa civil realizem treinamentos todas as sextas e sábados.
O governo Maduro frequentemente acusa a oposição e estrangeiros de conspirar com entidades dos EUA, como a CIA, para prejudicar a Venezuela, acusações que a oposição e os EUA sempre negaram. Ele caracteriza as sanções como uma “guerra econômica.”