Um terremoto atingiu Shingatse, uma das cidades mais sagradas do Tibete, na China, na manhã desta terça-feira (07/01).
Ao menos 126 pessoas morreram e 188 ficaram feridas, segundo balanço divulgado pela agência estatal Xinhua, no evento que danificou mais de mil casas em três municípios e 27 vilas.
O epicentro do terremoto, que teve magnitude 7,1, foi no condado de Tingri, conhecido como a entrada norte para a região do Everest.
Uma série de tremores secundários, com magnitudes de até 4,4, seguiram-se ao terremoto e não está claro que tenham terminado. Por isso, os danos ainda podem aumentar.
A área mais afetada inclui um raio de 20 quilômetros em torno do epicentro, região que tem uma população total de cerca de 800 mil pessoas. A região inclui ainda muitas aldeias remotas, pouco povoadas e que só podem ser alcançadas a pé.
Mais de 1.500 bombeiros e equipes de resgate foram enviados para a área, que está sendo vasculhada por drones em busca de sobreviventes. É uma luta contra o tempo porque as temperaturas locais eram de – 8ºC esta manhã e a previsão é de que cheguem a – 18º C à noite.
Corrida contra o tempo e o frio
As autoridades estabeleceram o nível máximo de resposta à emergência, enviando dezenas de milhares de tendas, casacos, cobertores e camas à região.
A altitude média na região, que faz fronteira com o Himalaia, é de cerca de 4,2 mil metros.
A centenas de quilômetros, moradores do Nepal, Butão e da Índia, também sentiram os tremores.
Em Catmandu, capital do Nepal que fica a 400 km de distância, e no estado indiano de Bihar, muitos moradores chegaram a fugir de suas casas para áreas abertas. Mas todas as mortes registradas até agora foram no lado Tibetano.
As regiões do sudoeste da China são frequentemente atingidas por terremotos. Eles ocorrem com mais frequência no Planalto Tibetano e em suas franjas. Trata-se de uma área sismicamente ativa porque é onde se encontram as placas da Índia e da Eurásia causando pressões fortes o suficiente para elevar a altura do Himalaia.
O maior terremoto deixou 90 mil mortos
Desde maio de 2008, essa região registrou sete terremotos considerados muito fortes. O mais intenso, em 2008, teve magnitude 7,9 e deixou 90 mil mortos na província de Sichuan.
Em 2015, um abalo sísmico de magnitude 7,8 atingiu Katmandu, no vizinho Nepal, matou cerca de 9 mil pessoas e feriu milhares. Foi o pior terremoto daquele país.
Em um raio de 200 quilômetros em torno da região atingida agora registraram-se 29 terremotos menores nos últimos cinco anos, mas todos menos intensos.