A União Europeia concordou nesta sexta-feira (18) com um 18º pacote de sanções contra a Rússia por causa da guerra na Ucrânia, incluindo medidas que visam desferir novos golpes no setor de petróleo e energia russo.
O bloco vai estabelecer um teto de preço móvel para o petróleo russo em 15% abaixo do preço médio de mercado, disseram diplomatas, com o objetivo de melhorar o teto amplamente ineficaz de US$ 60 que o G7 tenta impor desde dezembro de 2022.
“A União Europeia acaba de aprovar um de seus mais fortes pacotes de sanções contra a Rússia”, disse a chefe de política externa do bloco, Kaja Kallas, no X.
“Continuaremos aumentando os custos, de modo que parar a agressão se torne o único caminho a seguir para Moscou”, acrescentou ela.
No entanto, até o momento, a Rússia conseguiu vender a maior parte do petróleo acima do limite de preço anterior, uma vez que o mecanismo atual não deixa claro quem deve fiscalizar sua implementação. Os comerciantes duvidam que as novas sanções perturbem significativamente o comércio de petróleo russo.
O pacote também proíbe transações relacionadas aos gasodutos russos Nord Stream sob o Mar Báltico e ao setor financeiro da Rússia.
Kallas disse que as sanções também têm como alvo 105 navios da “frota fantasma” da Rússia, termo usado pelas autoridades ocidentais para designar os navios que Moscou usa para contornar as sanções petrolíferas, e “bancos chineses que permitem a evasão de sanções”.
Ela não citou os nomes dos bancos.
O Kremlin afirmou que a Rússia construiu uma certa imunidade às sanções ocidentais e se adaptou a elas.
Questionado sobre as novas medidas da União Europeia o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, descreveu-as como unilaterais e ilegais, afirmando que estavam alinhadas com o que chamou de “postura consistentemente antirrussa” da Europa.
“Mas, ao mesmo tempo, é claro, já adquirimos uma certa imunidade às sanções, nos adaptamos à vida sob sanções”, disse Peskov a repórteres.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, chamou a decisão de “essencial e oportuna”, no momento em que a Rússia intensifica sua guerra aérea contra cidades e vilarejos ucranianos.