O Instituto Nacional de Aviação Civil da Venezuela informou às companhias aéreas internacionais, na segunda-feira (24), que elas devem retomar os voos para o país em até 48 horas, sob pena de perderem a autorização para operar no país, segundo a IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo).
Diversas companhias aéreas internacionais cancelaram seus voos partindo da Venezuela nos últimos dias, após a FAA (Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos) alertar as principais companhias aéreas sobre uma “situação potencialmente perigosa” ao sobrevoar o país.
A IATA, que representa cerca de 350 companhias aéreas, criticou a medida das autoridades venezuelanas, alertando que a decisão “reduzirá ainda mais a conectividade com o país, que já é um dos menos conectados da região”.
O Ministério da Informação da Venezuela não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. A agência de notícias Reuters também não conseguiu entrar em contato com o Instituto Nacional de Aviação Civil para comentar o assunto.
Na manhã de segunda-feira (24), a companhia aérea espanhola Air Europa anunciou a suspensão de seus cinco voos semanais entre Madri e Caracas “até que as condições permitam” sua retomada.
A companhia aérea Plus Ultra também suspendeu a mesma rota, segundo a imprensa espanhola.
Durante o fim de semana, a Iberia, companhia aérea espanhola do grupo IAG (ICAG.L), também anunciou a suspensão de seus voos para a Venezuela, juntando-se a outras companhias aéreas como a brasileira Gol (GOLL54.SA), a colombiana Avianca e a TAP Air Portugal.
Um porta-voz da Iberia afirmou na segunda-feira que a suspensão duraria pelo menos até 1º de dezembro, enquanto a Gol informou que seus voos para Caracas nesta terça (25) e quarta-feira (26) foram cancelados. A Turkish Airlines (THYAO.IS) cancelou voos até sexta-feira (28).
Na última sexta-feira (21), a FAA (Administração Federal de Aviação dos EUA) alertou sobre o “agravamento da situação de segurança e o aumento da atividade militar na Venezuela e em seus arredores”, afirmando que as ameaças podem representar riscos para aeronaves em todas as altitudes.
Nos últimos meses, houve um grande reforço militar americano na região, incluindo o envio do maior porta-aviões da Marinha dos Estados Unidos, pelo menos oito outros navios de guerra e aeronaves F-35.

