Pensei então, em comentar, num breve histórico, a situação feminina no âmbito cultural, e laboral em
todos os níveis especialmente no setor sociológico. Tal era sua aversão ao gênero feminino que culminaram
em negar lhe a natureza humana. Os pensadores Sócrates, Platão e Aristóteles julgavam a mulher defeituosa e
incompleta. Euripedes, delas dizia: “o pior dos males”. Pitágoras – “foi gerada pelo princípio negativo, o
mesmo que gerou o caos e as trevas. O homem é o inverso”. Cícero, “se não fossem pelas mulheres os homens
conversariam com os Deuses…” Na Roma dos Césares – O supra sumo do elogio era ter em seu epitáfio a
seguinte inscrição: “Ela permaneceu em sua casa, se dedicou a fiar lã”… Na Antiga Palestina – A mulher não
podia frequentar escola; nem para ensinar ou aprender. “Sua única sabedoria é do fuso”, afirmavam. Os
Rabinos da época: “Muito melhor, que a lei e a Torá desaparecessem, entre as chamas, antes de entregá-las às
mulheres”. Jesus, sempre colocou o intelecto a serviço do coração ao fazer leituras do gênero feminino. Cristo
não tolerava segregações: Adotou em suas parábolas uma “linguagem feminina”. Algo audacioso. Uma afronta
até, contra o estilo rabínico daqueles tempos. No entanto o ápice dessa ousadia de Jesus era,
TEOLÓGICAMENTE maior, quando elegeu-as oficialmente como encarregadas de testemunhar sua
ressurreição. No Santo Sepulcro elas foram transformadas por Ele nas primeiras “evangelistas e embaixadoras
da ressurreição”. Isso feito numa civilização (judaica) que negava à mulher o papel de testemunha em
qualquer tribunal ou juízo. As mulheres nesse momento – maior, Ele disse o “sunsum corda”. “Elevem seus
corações para a manifestação de minha glória…” No Brasil, Raquel Queiroz, quando aos 19 anos escreveu. “O
Quinze,” livro premiado, um critico literário ousou afirmar que seu pai o havia escrito. No Amazonas, Violeta
Branca a 1ª mulher a ingressar na Academia Amazonense de Letras em 1935, seu livro “Ritmos de Inquieta
Alegria” foi tido como doação poética bondosa de seu tio Leopoldo Péres a sua sobrinha. Como dizia o filólogo
e acadêmico Pe. Nonato Pinheiro: em 1994: “Vejam, o brilho em demasia incomoda. Ainda mais se for de
mulher…”
ORAR É SABEDORIA – PELA IMACULADA CONCEIÇÃO
Senhor, sou mulher, mais sei que resides em meu peito!
E neste momento antevejo que em meu caminhar de vida, vou encontrar discriminações. Encontrarei
pedra de tropeços! Mas delas farei degraus para atingir as alturas.
Dá-me o dom da persistência. De fortaleza para que eu seja como chama de lâmpada que arde em
santuário. Perene sem nunca esmorecer.
Assim escalarei rochas íngremes sem machucar-me.
Andarei até por veredas labirínticas e delas sairei incólume.
Alcançarei com determinação lugares sonhados! E mesmo não possuindo asas voarei e… vencerei.
Senhor, sei que resides em meu peito!
Por isso profiro agora meus quereres:
Quero eu, mulher do século XXI, ter nas mãos o evangelho da solidariedade. Do estender as mãos, Do
sorriso estirado. Do domínio do SER sobe o TER.
Quero cultivar a força da razão em lugar da razão pela força.
Quero colocar o meu intelecto a serviço do coração. O coração abrandará a aridez matemática da
mente. E unas e indivisíveis serei ave de voo alto.
Quero por último, o privilégio de ter o sol nas mãos. Com o poder superlativo de afastar tempos de
escassa luz, Quero promover auroras! E novas esperanças.
Senhor, sei que mesmo não possuindo asas voarei e… vencerei.
Tudo porque sei que resides em meu peito!