O Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM) completa 45 anos de existência, e é com profundo respeito e gratidão que nos reunimos para celebrar e refletir sobre essa trajetória de luta e sucesso. Este marco não apenas nos convida a recordar os desafios superados, mas também a homenagear aqueles que, com coragem e visão, estiveram na linha de frente da defesa do modelo Zona Franca de Manaus (ZFM).
Entre tantos guerreiros
Ê oportunidades mencionar dois nomes que se destacam por sua contribuição inestimável à causa: Dr. Mario Expedito Neves Guerreiro, fundador do CIEAM, e seu amigo e parceiro na defesa do setor privado, Dr. Edgard Monteiro de Paula. Estes dois líderes, com discreta sabedoria e talento, identificaram duas razões fundamentais para a criação do CIEAM: a necessidade de protagonismo do setor privado nas decisões sobre os rumos da ZFM, e o imperativo de unidade entre os empresários dispostos a defender este modelo até as últimas consequências.
Autonomia e comunhão
A fundação do CIEAM foi um ato de coragem e de visão. Mario Guerreiro e Edgard Monteiro de Paula entenderam que, sem uma liderança forte e unificada, o setor privado estaria vulnerável às incertezas políticas e econômicas que sempre cercaram a Zona Franca de Manaus. Eles acreditavam firmemente que a autonomia do setor privado no trato com o público era essencial para garantir o futuro da ZFM e, consequentemente, o desenvolvimento econômico e social da região.
Democracia e abertura econômica
Quando fui eleito presidente da entidade, entre 1989 e 1991, o Brasil estava em um momento crítico de sua história. A primeira eleição direta para presidente da República após o movimento de 1964 havia acabado de ocorrer, e o país passava por um processo de abertura econômica, bloqueio da poupança e outras medidas que impactaram fortemente o Distrito Industrial de Manaus. Foi nesse contexto turbulento que as duas premissas de fundação do CIEAM – protagonismo e unidade – mostraram-se mais relevantes do que nunca, sendo fundamentais para a manutenção do programa ZFM como um pilar na redução das desigualdades regionais.
Trabalhar em conjunto
Neste aniversário de 45 anos, é nosso dever renovar o compromisso com esses princípios fundadores. Precisamos reforçar a importância do protagonismo do setor privado e da unidade entre nós, para que possamos enfrentar os desafios futuros com a mesma determinação que nos trouxe até aqui. Isso exige que o setor privado – indústrias, comércio, serviços e até mesmo a agricultura – trabalhe em conjunto. E quando menciono a agricultura, falo não de substituir a floresta por práticas insustentáveis, mas de integrar atividades que respeitem e protejam o bioma amazônico. A manutenção da floresta em pé é não apenas uma obrigação moral e ambiental, mas um dos argumentos mais sólidos para a existência e permanência do Polo Industrial de Manaus.
Jogos e artimanhas
A unidade daqueles que geram riqueza é fundamental, especialmente em um momento em que a reforma tributária nos reconduz aos nossos direitos constitucionais. Todos sabemos que o jogo político tem suas artimanhas, e que as mudanças que interessam à maioria nem sempre consideram a importância da Zona Franca de Manaus, o mais bem-sucedido programa de redução da pobreza e combate ao atraso na história da República. Por isso, precisamos estar unidos e vigilantes, para garantir que nossos interesses sejam respeitados e que possamos continuar a contribuir para o desenvolvimento da região e do país.
Longa vida ao CIEAM
Longa vida à sua proposta de união institucional! Que esta unidade permaneça firme, fortalecendo as demais entidades que formam o setor privado do Amazonas e da Amazônia. Juntos, continuaremos a desencadear progresso, promovendo a governança, a promoção social e a proteção florestal, garantindo que a Zona Franca de Manaus continue sendo um modelo de sucesso e um exemplo de desenvolvimento regional sustentável para todo o Brasil.
A força da indústria
O CIEAM, além de ser uma entidade representativa da indústria é o exercício do protagonismo e da unidade institucional do setor privado do Amazonas. É a força que, ao longo de 45 anos, tem guiado o estado rumo ao desenvolvimento, sempre com a visão de que a unidade e o protagonismo são os pilares que sustentam o futuro da Zona Franca de Manaus e de toda a Amazônia. Celebrar essa história é, acima de tudo, reafirmar nosso compromisso com os valores que nos trouxeram até aqui e que nos guiarão nos próximos desafios.
Nelson é economista, empresário, presidente do SIMMMEM, Sindicato da Indústria Metalúrgica, Metalomecânica e de Materiais Elétricos de Manaus, vice-presidente da FIEAM e conselheiro do CIEAM.