“A cultura do Cuidado como percurso da Paz”. Cuidado da Paz, a paz
como cuidado. Cuidar, cultivando a promoção da dignidade e dos direitos da
pessoa. Na Solenidade da Mãe de Deus, celebramos o Dia Mundial da Paz e o
primeiro dia do ano. A cultura do Cuidado como percurso da Paz”.
O cuidado do bem comum: “cada aspecto da vida social, política e
econômica encontra a sua realização, quando se coloca ao serviço do bem
comum. Ninguém se salva sozinho!
O cuidado através da solidariedade: A solidariedade exprime o amor
pelo outro de maneira concreta, não como um sentimento vago, mas como a
determinação firme e perseverante de se empenhar pelo bem de todos e de
cada um, porque todos são verdadeiramente responsáveis por todos.
O cuidado e a salvaguarda da criação: ouvir o grito dos necessitados e o
da criação. Desta escuta atenta e constante pode nascer um cuidado eficaz da
terra, a casa comum, e dos pobres. Não pode ser autêntico um sentimento de
união íntima com os outros seres da natureza, se ao mesmo tempo não houver
no coração ternura, compaixão e preocupação pelos seres humanos.
Na verdade paz, justiça e salvaguarda da criação são três questões
completamente ligadas, que não se poderão separar. (cf. Papa Francisco, 54º
Dia Mundial da Paz)
Na busca da paz faz-se necessário buscar as razões e a ética da
inteligência artificial, IA. Vamos percebendo que dela dependem as relações de
liberdade e justiça, depende a paz. As formas de inteligência artificial parecem
capazes de influenciar as decisões dos indivíduos através de opções
predeterminadas associadas a estímulos e dissuasões, ou então através de
sistemas de regulação das opções pessoais baseados na organização das
informações. Estas formas de manipulação ou controle social requerem
atenção e vigilância cuidadosas, implicando uma clara responsabilidade.
O trabalho, a um tempo exclusiva da mão-de-obra humana, são
absorvidos pelas aplicações industriais da inteligência artificial, o que leva ao
desemprego e ao empobrecimento de muitos. Diante das tecnologias deve-se
considerar com urgência e prioridade, o respeito pela dignidade dos
trabalhadores e a importância do emprego para o bem-estar econômico das
pessoas, das famílias e das sociedades, a estabilidade dos empregos e a
equidade dos salários. (cf. Papa Francisco)
No início do novo ano, busquemos o desenvolvimento da inteligência
artificial, para que ela contribua para pôr fim às guerras e conflitos e para aliviar
as formas de sofrimento que afligem a família humana. Não deixemos que ela
aumente as desigualdades e injustiças. A inteligência artificial nos aproxime, nos transforme, nos humanize.
Nesse cuidado vamos semeando a paz. Cultivar a Paz concede a graça do
cuidado que leva à concórdia, à reconciliação, à irmandade. Abençoado Ano
de 2024!
Cardeal Leonardo Steiner