Sempre ouvimos falar que alguns vinhos durante sua produção, passam determinado tempo em barricas de madeira e costumamos valorizar bastante esse processo.
Na produção da bebida, barris são usados durante a fermentação alcoólica, malolática e o envelhecimento. Seu papel é enriquecer a bebida com novos componentes, agregando complexidade, e permitir que reações físicas específicas aconteçam.
Os barris de carvalho não só agregam aromas e taninos ao vinho, mas também, por conta de sua porosidade, permitem que a bebida respire, desenvolva-se e amadureça. A forma como são utilizadas pelo enólogo é crucial e, a partir da mesma “ferramenta”, eles podem obter variados resultados.
O principal tipo de madeira utilizado é o carvalho que pode ter diversas procedências: pode ser francês, americano, caucasiano, entre outros.
Além do carvalho, existem outros tipos de madeira que também são utilizadas para fabricação de barris, porém em menor quantidade, pois tem o inconveniente de ceder aos vinhos muitos aromas dominantes.
E como saber se o Vinho passou por Barricas de Carvalho??
Apesar de cada vez mais os rótulos dos vinhos apresentarem todo tipo de informação para ajudar os enófilos na hora da compra, nem sempre um produtor especifica no contra-rótulo se o vinho passou ou não por barricas de carvalho.
A verdade é que não há uma fórmula exata para desvendar esse “mistério”. Apesar de haver alguns aromas e sabores relativamente característicos da passagem por madeira, ainda assim nãodá para afirmar com precisão. Há circunstâncias em que compostos voláteis similares podem se formar e dar a impressão de que a madeira esteve presente mesmo quando não esteve. A única resposta segura estará com o produtor, no site e na ficha técnica do vinho, caso essa informação esteja explicitada.
No entanto, caso você queira brincar de adivinhar se um vinho teve ou não passagem por madeira, alguns indícios podem ajudar.
Os pontos cruciais estarão nos aromas. Notas de baunilha, fumaça, café, caramelo, cedro, canela, coco, noz-moscada, leite etc. costumam ser típicas de vinhos (principalmente tintos) que passaram por estágios importantes em carvalho.
Tentar “decifrar” a passagem por madeira no paladar pode ser mais complicado, pois, dependendo do tipo de estágio em madeira, os taninos podem estar realçados ou mais aveludados, assim como a cor também pode variar e confundir. A melhor “dedução” será uma análise conjunta de aromas (primordialmente) e sabores.
Algumas Regiões Vinícolas, como Rioja na Espanha, tem como característica marcante o carvalho bem evidente.
Recomendamos o Vinho Altos Ibéricos Crianza da Família Torres desta região como uma excelente opção para desenvolver suas habilidades sensoriais.
Portanto, se não há nada apontado no rótulo, teste suas habilidades antes de tentar encontrar a informação na ficha técnica do produto.
Aqui vai uma dica de quais aromas normalmente encontramos em cada tipo de barrica:
- carvalho francês: aromas de avelã, mel, baunilha, pão tostado, manteiga, especiarias mais doces.
Um exemplo de vinho que utiliza 100% de carvalho francês em seu envelhecimento é o Poliphonia Reserva da conceituada vinícola Monte das Perdigões, no Alentejo, Portugal.
- carvalho americano: aromas de especiarias como cravo, canela e coco, além de café, tabaco e baunilha.
O chileno da região do Valle Central, Paisajes de Los Andes Merlot, é um belo exemplo que podemos citar de um vinho que utiliza 100% de carvalho americano ao longo de seu estágio em barricas.
O grau do tostado da madeira também vai influenciar no aroma e no sabor, como por exemplo, no dulçor e estrutura do vinho.
O que mais pode influenciar nos Vinhos Barricados?
Além da origem do Carvalho, o tempo, o grau de tostado e a técnica utilizada pelo enólogo, outras condições podem influenciar esse vinho barricado, são elas:
– O tamanho das barricas.
Além do tipo de carvalho, de sua origem e de sua tosta, também o tamanho do recipiente por onde o vinho passará é de suma importância para determinar a influência sobre a bebida.
Quanto menor o recipiente, maior o contato do líquido com o carvalho e, consequentemente, maior a transferência de aromas e componentes.
– Barricas de 1º, 2º e 3º uso.
Barris de carvalho podem, na verdade, ser usados mais de uma vez na produção de vinhos. Obviamente, o fato do barril ser novo ou usado faz diferença no produto final.
Costuma-se chamar as barricas novas de “barricas de primeiro uso”, reutilizadas pela primeira vez “de segundo uso”, pela segunda vez “de terceiro uso” e assim por diante. Como regra geral, quanto menos usado o barril, maior a sua influência, maior a transferência de aromas e sabores ao vinho nele armazenado.
A partir do terceiro uso, normalmente o impacto aromático do carvalho é muito pequeno, os barris são praticamente inertes e sua principal função passa a ser permitir a micro-oxigenação do vinho.
Assim, quando o objetivo do enólogo é imprimir real toque de carvalho ao vinho, o estágio se dá em barris de primeiro ou segundo uso. Em outros casos, eles chegam a ser usados até três ou quatro vezes. Geralmente, depois disso, são vendidos para outra finalidade como, por exemplo, envelhecimento de destilados.
Hoje conhecemos um pouco mais sobre as barricas e os benefícios que trazem para os vinhos que por ela passam.
Os vinhos utilizados como exemplo no artigo, Altos Ibéricos – Rioja, Poliphonia Reserva – Alentejo e Paisajes de Los Andes – Valle Central você entra disponíveis na @DSMVINHOS.
Mas lembrem-se, muita, pouca ou nenhuma madeira não esta diretamente ligado a qualidade do produto e sim, no que o enólogo quis passar para a bebida.
Vinho bom é o que gostamos!!
Um abraço, um brinde e até a próxima!!