Em todas as organizações humanas existem disputas pelo Poder ou para constituí-lo na forma de instrumento de controle social, de meio para o mando de poucos ou para uma decisão coletiva. A política é a grande arena de pessoas e de ideologias que disputam o poder no mundo moderno. É a guerra civilizada, sem tiros e em movimento perene. Por isso, quando olhamos para as articulações políticas, objetivando as eleições municipais de 2024, não podemos deixar de fora o nexo com os próximos pleitos, em especial o futuro embate de 2026 para o governo do Amazonas.
Na última semana, na sede do Poder Legislativo Estadual, o senador Omar Aziz recebeu o título de cidadão do Amazonas que, assim como o governador Wilson Lima, tornou-se amazonense depois de administrar o governo estadual. O evento contou com a presença de vários políticos e de autoridades públicas, inclusive com a do atual governador do estado, mostrando a sua força e liderança políticas.
No mesmo dia, em outro evento, na cidade de Manaus, o senador Eduardo Braga, que já foi governador do Amazonas, recebeu elogios de David Almeida e foi bastante aplaudido por autoridades e políticos com cargos eletivos. O prefeito da cidade criou uma secretaria de habilitação e nomeou um correligionário de Braga para o cargo de secretário, prometendo uma parceria para construção de milhares de casas.
Omar Aziz e Eduardo Braga são políticos experientes e já foram carimbados pelos adversários como os caciques da política do estado. Atrasados que não resolveram os problemas do Amazonas. O discurso do novo na política foi bem utilizado nas últimas eleições por Wilson Lima e por David Almeida. Agora, a narrativa é outra: a busca de união de esforços para o desenvolvimento de Manaus e do Amazonas. Com obras!
Enquanto a mídia e os políticos prestigiam os dois senadores do Amazonas, o vice-governador Tadeu de Souza faz o seu trabalho com pouca visibilidade. E, se Wilson Lima for disputar um cargo eletivo, em 2026, o vice-governador assumirá o cargo como titular e poderá disputar a reeleição, independentemente do resultado da eleição de 2024 para prefeito de Manaus.
Parece que Tadeu de Souza tem uma boa relação com o governador Wilson Lima e o prefeito David Almeida, seu padrinho, além de transitar bem entre os partidários do lulismo e do bolsonarismo. Na condução da máquina pública estadual, ele pode até unir o grupo do governo estadual e do prefeito David, pois é um nome que não poderá disputar futuramente (depois de 2026) a reeleição para o cargo de governador.
Mas, seja quem for o próximo prefeito de Manaus, terá que dialogar com o governador do Amazonas. Levando em consideração as questões institucionais do próprio cargo, além de ações conjuntas para a realização de obras ou visando parceria eleitoral. E, a partir de abril de 2026, o governador poderá ser Tadeu de Souza, que se movimenta em silêncio, sem muita divulgação dos encontros estratégicos. O Tempo dirá!