Depois de uma deliciosa viagem pela história da Malbec, em comemoração de sua data, retornamos hoje com nossa penúltima parada pelas principais regiões produtoras de vinho na França. E hoje, viajaremos pelo Cotês du Rhône e pela Provance.
A viticultura milenar no Rhône
Trata-se de uma das mais antigas regiões vitivinícolas da França. O cultivo das vinhas e a elaboração de vinhos tiveram lugar efetivo e sistemático no local, após a conquista do vale pelos romanos, um século antes da era cristã. Mas, antes disso, os gregos já haviam desenvolvido ali uma incipiente cultura enológica.
A região da Côtes du Rhône é quase uma continuação da Bourgogne, ao sul de Lion, e divide-se em duas sub-regiões, Setentrional e Meridional.
Como o nome indica, toda a região se desenvolve nas encostas do rio Rhône e seu entorno. Aqui se produzem principalmente vinhos tintos, mas existem alguns rosés e brancos.
Suas grandes estrelas são dois tintos míticos, o Hermitage e o Chateauneuf-du-Pape, o elegante Côte-Rotie, o belo branco Condrieu e o delicioso branco doce Muscat de Beaumes-de-Venise.
O berço das denominações de origem
No Rhône nasceu o sistema de Denominação de Origem Controlada. Foram necessários 30 anos para que os viticultores do Rhône meridional se recuperassem da praga que devastara seus vinhedos por volta de 1870, mas a recuperação foi tão veloz quanto à calamidade, e a produção no início do século XX tornou-se volumosa a ponto de surgirem fraudes e contrafações.
As denominações do Rhône, cerca de vinte, foram oficializadas entre 1936 e 1971. Seus vinhos de superior qualidade, principalmente tintos, podem ser encontrados no mercado brasileiro a preços relativamente atraentes.
O novo castelo do papa
O coração da maior concentração de vinhedos do Rhône encontra-se a aldeia de Chateauneuf-du-Pape, localizada no entorno de uma colina encimada por um antigo palácio em ruínas. As videiras da região, muito espaçadas, são arbustos em um oceano de seixos e cascalhos, no qual não se percebe sinal de terra.
Predomina a casta Grenache, secundada pela Syrah e outras, originando tintos de corte escuros com graduação mínima de 12,5%, os primeiros a serem enquadrados, na França de 1936, no sistema de denominação de origem (‘Appelation Châteauneufdu- Pape Controlée).Uma exceção é o Château Rayas, elaborado exclusivamente com Grenache.
Apenas uma pincelada
O Rhône é muito mais do que o que foi apresentado. Lá encontramos os brancos de Condrieu, os rosados de Tavel, vinhos de sobremesa de Beaumes de Venise e de Rasteau, espumantes de Die, complementam uma lista de vinte denominações.
Muitos deles, podemos encontrar no Brasil, representando um interessante contraponto aos vinhos franceses de Bordeaux e de Bourgogne, quase sempre mais caros e nem sempre melhores Provence, o berço dos rosés e um paraíso para os amantes do vinho.
A Provence é considerada a capital mundial do vinho rosé. Lindas paisagens à beira do Mar Mediterrâneo, campos de lavanda e girassóis, gastronomia mediterrânea com muitos peixes e frutos do mar.
Localizada no sudeste da França, seus vinhedos se estendem desde a margem esquerda do Rhône até a margem direita do Var, e é banhada pelo Mar Mediterrâneo. Parte do estilo de vida da região, os vinhos rosés são produzidos por lá há muitos séculos.
Não à toa, os rosés representam 88% do vinho produzido na região, com 146 milhões de garrafas. Isso contando apenas a produção na denominação de origem Provence.
As uvas da Provence
Tradicionalmente, são 15 as uvas autorizadas para produzir os vinhos da AOC Provence. A técnica da assemblagem é tradicional na região. Primeiro, é feita a vinificação separada de cada casta, para, no inverno seguinte à colheita, os produtores misturam diversos vinhos base para fazer o seu blend único, segredo passado de geração em geração.
Entre as uvas tintas, são muito usadas as castas Syrah, Grenache, Cinsault, Tobouren, Mouvédre, Grenache, Carignan, Cabernet Sauvignon e Counoise.
Entre as uvas brancas, a Vermentino (Rolle), a Ugni Blanc, Clairette (uma variedade muito antiga da região), a Sémillon, a Bourboulenc Blanc, Grenache Blanc e a Sauvignon.
O que se esperar de um Rosé da Provence?
Em boca, os rosés provençais são leves, delicados e equilibrados. Com um frescor levemente ácido, são vinhos muito vivos.
Apresentam um bouquet aromático de frutas vermelhas, mas também de frutas brancas, além de cerejas, notas florais e especiarias.
Harmonização: pratos típicas da região como ratatouille, alcachofras refogadas e peixes temperados, como robalo com erva-doce. Aioli, um molho típico da culinária francesa feito com alho, azeite e gemas de ovos, combina mito bem também.
A gastronomia exótica é perfeita para ser acompanhada pelos vinhos rosés, principalmente a culinária asiática, pratos árabes à base de tajine e currys indianos.
Mas esses vinhos também harmonizam com piscina, uma tarde ensolarada, um bate papo descontraído com os amigos e até com o por do sol mais belo do mundo em nossos rios amazônicos.
Não se prenda a rótulos, etiquetas, vinho bom, são aqueles que gostamos e nos fazem bem.
Um abraço, um brinde e até a próxima!!
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