Se você tem o hábito de beber vinhos, com toda certeza já se deparou com pontuações e medalhas que, muitas vezes estão identificadas na própria garrafa.
Impacto das Pontuações
As pontuações atribuídas pelos críticos aos rótulos de vinho exercem um enorme e crescente fascínio entre os amantes da bebida. Além de referencial qualitativo e chamariz muito difundido no comércio, também funcionam como uma espécie de afirmação, por parte do dono da garrafa, quando se entusiasma ou se orgulha de ter ou servir um vinho com tantos e tantos pontos altos.
É preciso entender que pontos nada dizem acerca do gosto do vinho. Para definir o tipo de sabor e a personalidade da bebida é necessário combinar os fatores do local de origem, casta (uva), safra e produtor. Por exemplo, um Romanée-Conti de 100 pontos é muito diferente de um Château Pétrus de 100 pontos ou de um Hermitage de mesmo calibre.
Descendo um pouco à terra, um Malbec argentino de 88 pontos é também muito diferente de um Cabernet Sauvignon chileno de 88 pontos. Duas garrafas do mesmo rótulo e de escore idêntico pelo mesmo crítico, mas de safras diferentes, também não terão o mesmo sabor.
Quando você passa a olhar esta pontuação como uma referência que define apenas uma faixa de qualidade, ela passa a funcionar muito bem sendo muito útil e direta.
Como ler os Sistemas de Pontuação
Existem vários sistemas de pontuação de vinhos ao redor do mundo e cada crítico utiliza o sistema que considera mais eficiente.
Para atribuir as notas, os críticos usam uma ficha com critérios padronizados, os quais são avaliados separadamente para ser o mais técnico possível. Em termos de atribuição de pontos, é comum dar notas entre 50 e 100, sendo que os melhores vinhos estão acima de 90 e poucos chegam a esse patamar. De maneira geral, as classificações numéricas podem ser interpretadas assim:
- Notas entre 96–100: vinhos considerados extraordinários, profundos e complexos. Apresentam todos os atributos clássicos esperados para essa categoria de bebidas;
- Notas entre 90–95: vinhos excelentes, têm complexidade, caráter excepcional e são considerados bebidas de muita qualidade;
- Notas entre 80–89: vinhos “acima da média”, finos em diversos aspectos, como sabor e aromas. Por mais que não sejam bebidas de destaque, não apresentam nenhuma falha aparente;
- Notas entre 70–79: categoria de vinhos medianos e inócuos;
- Notas entre 60–69: vinhos abaixo da média, apresentam falhas evidentes, como presença alta de acidez e taninos, ausência de sabores e aromas;
- Notas entre 50–59: vinhos considerados inaceitáveis e inapropriados para consumo.
Quais são os Principais Sistemas de Pontuação de Vinhos?
Guia Descorchados
Em 1999, era lançada a primeira edição do Guia Descorchados. Com apenas vinhos chilenos, o guia foi idealizado e organizado pelo jornalista e escritor Patrício Tapia.
Passados 24 anos do seu lançamento, ele também passou a avaliar os vinhos da Argentina, Brasil e Uruguai.
Ele utiliza o sistema de classificação de 50 a 100. Também traz informações sobre as regiões vinícolas, recomendações, harmonizações e os melhores vinhos de cada país em diversas categorias, como melhor tinto, marca ou linha revelação e melhores estilos.
Robert Parker
A popularização do sistema numérico para classificação de vinhos está ligada ao americano Robert Parker, crítico e Master of Wine que patenteou o próprio método de avaliação em 1970.
Para a análise, ele utiliza como critérios as características visuais, olfativas e gustativas, além do potencial de envelhecimento e qualidade da bebida considerando os métodos de vinificação como um todo, desde a vindima até o envase.
A pontuação de vinhos de Robert Parker varia entre 50 e 100.
James Suckling
Crítico e antigo editor da revista Wine Spectator, James Suckling avalia vinhos de todo o mundo, com um sistema de pontuação que vai de 80 a 100.
Em sua lista constam apenas os vinhos com mais de 90 pontos.
Seu site também é recheado de conteúdo relacionado às vinícolas e produtores, com foco especial em Itália, Espanha, Chile, Argentina, Austrália e Nova Zelândia.
Luca Maroni
Luca Maroni é um crítico italiano e criador da revista The Taster of Wine. Em seu sistema, a pontuação máxima é 99, porque, de acordo com o especialista, por melhor que um vinho seja, há sempre o potencial de outro rótulo ser superior, e uma nota 100 seria concedida somente ao produto perfeito.
Maroni considera três critérios principais, chamados de Pleasantness Index — PI — divididos em consistência, equilíbrio e integridade dos sabores e aromas. Cada um deles é avaliado com notas que vão de 1 a 33.
Questão de Gosto
Voltemos à questão do gosto pessoal quando o assunto é vinho. Sem dúvida, as opiniões de Robert Parker ou de qualquer outro crítico nos ajudam a encontrar nossas afinidades e a entender melhor nosso paladar, nos dando, acima de tudo, experiência para degustar.
Mas esses sistemas de pontuações de vinhos não necessariamente indica o quão delicioso um vinho é.
Não há nada melhor do que você mesmo provar diferentes rótulos e encontrar aquele que mais agrada o seu paladar.
Vinho bom é o que gostamos Um abraço, um brinde e até a próxima!!