“Alguns deles, habitantes de Chipre e da cidade de Cirene, chegaram a Antioquia e começaram a falar também aos gregos, anunciando-lhes o Evangelho de Jesus. E a mão do Senhor estava com eles. Foi grande o número dos que creram e se converteram ao Senhor” (At 11,19-21).
A perseguição acontecida na cidade de Jerusalém levou seguidores e seguidoras de Jesus a diversas cidades. A comunidade de Antioquia nasceu da pregação dos que foram dispersados. Foi nessa cidade que os seguidores e seguidoras de Jesus são chamados de cristãos. Foram as mulheres e os homens que, encantados com o Reino de Deus, anunciam, mostram e espalham a vida de Jesus Cristo. Barnabé e Paulo chegam depois do início da comunidade.
Jesus, além dos apóstolos, é apresentado pelos leigos e leigas. Em Antioquia são eles que iniciam a vida da comunidade através do anúncio. Vão deixando crescer o povo de Deus, nascido da morte e ressurreição. Incorporados a Cristo pelo Batismo, fazem parte do povo de Deus. Como membros do Povo de Deus participam do múnus sacerdotal, profético e real de Jesus. Como seguidores e seguidoras do Mestre, vivem e testemunham a sua vida, morte e ressurreição.
Os leigos e as leigas como povo de Deus, são fundamentais na evangelização e na transformação da sociedade. São chamados à missão de anunciar o bem, a paz, a justiça, a fraternidade, o amor; chamados à missão de denunciar o descarte, o pecado, a morte. Um anúncio e testemunho para que todos possam participar da vida em plenitude.
A graça do batismo e da crisma é um sair! Todos os batizados e confirmados pelo Espírito Santo colocam-se a caminho! “Saiamos, saiamos para oferecer a todos a vida de Jesus Cristo! Repito aqui, para toda a Igreja, aquilo que muitas vezes disse aos sacerdotes e aos leigos de Buenos Aires: prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças. Não quero uma Igreja preocupada com ser o centro, e que acaba presa num emaranhado de obsessões e procedimentos. Se alguma coisa nos deve santamente inquietar e preocupar a nossa consciência é que haja tantos irmãos nossos que vivem sem a força, a luz e a consolação da amizade com Jesus Cristo, sem uma comunidade de fé que os acolha, sem um horizonte de sentido e de vida” (Papa Francisco, EG, 49).
No último domingo deste mês vocacional de agosto, a Igreja convida a contemplar a vocação dos leigos e leigas na Igreja, especialmente, do/a catequista. Os cristãos leigos e leigas são chamados a ser “Sal da Terra e Luz do Mundo”, conforme Mateus (5,13-14). Cristãos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade, sendo luz e sal. Ativos na política, nos meios de comunicação social, na vida econômica, na educação, na saúde, nas associações, na cultura, no lazer, iluminando a vida social e temperando as relações.
Cada cristão leigo e leiga é chamado a ser sujeito eclesial para atuar na Igreja e na sociedade (cf. CNBB, Doc 105,). O agradecimento aos irmãos e irmãs leigos, pelo testemunho de fé, pelo amor e dedicação à Igreja e pela doação às comunidades, às suas famílias, às suas atividades profissionais. O laicato é um ‘verdadeiro sujeito eclesial’. Uma Igreja sinodal: todos a caminho, juntos no caminhar!