Manaus (AM) – A denúncia feita pelo Ministério Público à Justiça do Amazonas apontou que o carro do soldado da Polícia Militar, Weverton Lucas de Oliveira, foi utilizado para escoltar e dar fuga aos envolvidos na chacina do ramal Água Branca, na AM-010, em 21 de dezembro de 2022, que resultou no homicídio qualificado de quatro pessoas.
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Segundo o documento, que foi assinado pelo Juiz de Direito da 2° Vara do Tribunal do Júri, Fábio Lopes de Alfaia, “o veículo Palio preto de propriedade do policial Weverton Lucas serviu de escolta e fuga do local do crime”.
O documento também informa que os 16 PMs da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam) acusados responderão por homicídio qualificado, de acordo com o artigo 121,§ 2º, IV (impossibilidade de defesa dos ofendidos), ” quatro vezes” em concurso
material e de agentes, nos termos do artigo 69 e 29, todos do Código Penal.
A denúncia do MP foi aceita ontem pela Justiça, que entregou um documento especificando uma das maiores investigações realizadas pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS). Agora os policiais são réus no caso.
Acesse o documento:
Relembre o caso
No dia 21 de dezembro de 2022, o carro que transportava Diego Máximo Gemaque, de 33 anos, Lilian Daiane Máximo Gemaque, 31 anos, Alexandre do Nascimento Melo, 29 anos, e Luciana Pacheco da Silva, 22 anos, foi abordado por policiais militares da Rocam no bairro Nova Cidade e, posteriormente, os corpos das quatro pessoas foram encontrados no ramal Água Branca com sinal de tortura e marcas de tiros. Próximo ao veículo foram encontrados, pelo menos, 12 cápsulas de cartuchos calibre 12.
Três vítimas, sendo duas mulheres e um homem, estavam dentro do veículo modelo Onix com o rosto coberto com balaclava. Um outro homem foi localizado dentro do porta-malas.
As investigações iniciaram após um vídeo da abordagem policial começar a circular nas redes sociais, onde foi possível identificar os oficiais envolvidos nos homicídios.