Guarujá (SP) – A Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo (SSP-SP) comunicou que a polícia prendeu a última pessoa envolvida na morte do policial das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) na madrugada desta quarta-feira (2), em Santos. Ele, que é irmão do homem apontado pela polícia como autor do disparo que matou o policial, foi preso no domingo (30) pela polícia.
De acordo com a SSP, o suspeito se entregou para os agentes da equipe PM Vítima da Corregedoria da Polícia Militar (PM). Como havia um mandado de prisão em aberto contra ele, a polícia o prendeu após prestar depoimento.
Além dos irmãos, a polícia prendeu um homem na sexta-feira (28) por participação no crime. No mesmo dia, a Polícia Militar matou um homem que também teria participado do assassinato do policial.
A saber mesmo após essa prisão, a SSP informou que a Operação Escudo segue “para sufocar o tráfico de drogas e desarticular o crime organizado”. Na segunda-feira (31), o secretário da pasta afirmou que a operação terá duração de no mínimo 30 dias.
Contudo a integrante da Rede de Proteção Contra o Genocídio, Marisa Fefferman está no Guarujá para um ato, na tarde desta quarta-feira (2). As forças do estado são suspeitas de cometeram as mortes, e o ato é em repúdio a elas. Ele disse que o clima é de terror. Segundo ela, os policiais estão entrando nas casas e todo o território está se sentindo ameaçado.
“Eles [moradores] estão falando que é um clima de terror total, de tensão total, as pessoas estão morrendo de medo. As pessoas estão com muito medo de ir para o ato porque é pressão o tempo inteiro, escolas fechando, igrejas fechando, está uma tensão imensa. Estão em pleno terror, é isso que eles estão dizendo”, disse em resumo.
Entenda o que acontece no Guarujá
A saber no último dia 27, o soldado da Rota Patrick Bastos Reis sofreu um disparo de calibre 9 milímetros (mm) enquanto fazia patrulhamento em uma comunidade em Guarujá, litoral paulista. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou sobre o incidente.
Após o assassinato do policial, o estado deu início à Operação Escudo, que até o momento matou 14 pessoas na Baixada Santista, conforme informou o governador Tarcísio Freitas em coletiva de imprensa realizada ontem (1°). Ele avaliou, desde a divulgação dos primeiros óbitos, que não houve excesso da força policial na operação.
Em suma a ouvidora da Polícia do estado de São Paulo afirma que há denúncias de que as forças de segurança atuaram de forma violenta em Guarujá e que a população das comunidades da cidade está sendo constantemente ameaçada.
“Diversos órgãos de Direitos Humanos e movimentos sociais vêm relatando uma série de possíveis violações de direitos na região, à margem da legalidade, com indicativos de execução, tortura e outros ilícitos nas ações policiais na região, por ocasião da referida operação. A morte violenta do soldado PM e dos civis são inaceitáveis. Nada, nem nenhuma assimetria se justifica quando se clama por justiça e segurança para todos”, disse, em nota, o ouvidor da Polícia Claudio Silva na segunda-feira (31).
Douglas Belchior, integrante da União de Núcleos de Educação Popular para Negras/os e Classe Trabalhadora (Uneafro), afirmou, também na segunda, que relatos dos moradores da região apontaram a ocorrência de violações. “Eu tive acesso a fotografias de vítimas desta ação desta semana cujos corpos estão marcados com queimaduras de cigarro. Então há sim evidências de torturas”, contou.
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