Carros revistados, passageiros de ônibus evacuados, motos apreendidas e até insulfilmes de carros arrancados. Em buscas de suspeitos de atentados a bomba registrados em diversas cidades e de integrantes de quadrilhas consideradas como “grupos terroristas” pelo governo, a Polícia Nacional do Equador reforçou a segurança nos arredores de Guayaquil, maior cidade do país e um dos epicentros da crise de segurança vivida nos últimos dias.
Na manhã desta sexta (12), a CNN, já no Equador, presenciou a evacuação de um ônibus por policiais, que revistaram o veículo e verificaram os dados dos passageiros no município de Samborondón, a 15 minutos de Guayaquil.. Esperando o final da operação sob um forte sol, senhoras que aguardavam para subir novamente ao veículo manifestaram se sentirem seguras com esse tipo de operação, devido ao temor por novos ataques.
“Entramos no ônibus sem saber o que vai acontecer, ainda estamos assustadas”, disse uma delas, que preferiu não se identificar, mas revelando estar mais tranquila com a diminuição de incidências violentas nas últimas horas.
Durante a operação, os policiais, apoiados por agentes de trânsito, chegaram a arrancar insulfilmes das janelas de carros parados. O escurecimento de vidros somente é permitido para pessoas com problema de saúde, diplomatas, agentes judiciais e outras categorias profissionais autorizadas.
Questionado pela CNN sobre a ausência de policiais e militares patrulhando ruas, e a presença restrita a blitz veiculares, o oficial responsável pela operação afirmou que os deslocamentos de efetivos são realizados em áreas consideradas estratégicas.
“As forças de ordem estão patrulhando em setores estratégicos onde existe mais conflito, por isso não há tanta presença no setor comercial da cidade. Mas os servidores públicos estão presentes nas ruas”, disse o tenente da Polícia Nacional Jonathan Peñapié.
Apesar da sensação de segurança que gera em parte da população, a operação também gera transtornos. Durante a blitz, um jovem entregador se mostrou desconsolado ao ter a moto apreendida.
“Estou com os papéis todos regulares, a moto está em dia. Mas ando com a cópia da documentação por causa da chuva, e me disseram que eu precisava ter as originais. Acho essas operações importantes, mas isso é injusto, fiquei sem ter como trabalhar”, disse o jovem Antony Fernández, de 29 anos.
Fonte: CNN Brasil