O julgamento dos policiais militares acusados de matar três jovens no bairro Grande Vitória, na Zona Leste de Manaus, em 2016, foi adiado pela segunda vez. A audiência estava prevista para ocorrer no Fórum Henoch Reis, na Zona Centro-Sul da capital, na manhã desta segunda-feira (29).
O julgamento do caso, que teve grande repercussão na época do crime, estava marcado para ocorrer, inicialmente, em novembro do ano passado, mas foi adiado a pedido do Ministério Público do Amazonas (MPAM) e da defesa de um dos réus que, na época, estava com suspeita de meningite.
Por meio de nota, o Tribunal de Justiça do Amazonas informou que a juíza de direito Patrícia Macedo de Campos, da 3.ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus adiou o julgamento a pedido do Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM).
“Em Ofício (n.º 0155/2024/PGJ), assinado pelo Procurador-Geral de Justiça Alberto Rodrigues Nascimento Junior na sexta-feira (26), às 15h36, e acostado aos autos no início da manhã desta segunda-feira (29), o MP alega a impossibilidade momentânea de designar um promotor para atuar na Sessão pautada para a data de hoje”, informou o TJAM.
Ainda conforme o TJAM, ao abrir a Sessão e comunicar ao público presente, incluindo aos réus e seus advogados sobre a razão do adiantamento, a magistrada informou que o julgamento foi remarcado para o dia 1º de abril de 2024. A data foi acordada com o Ministério Público, segundo a Justiça.
‘Caso Grande Vitória’
Alex Júlio Roque de Melo, de 25 anos, Ewerton Marinho, 20, e Rita de Cássia, 19, desapareceram no dia 29 de outubro de 2016, após serem abordados por policiais militares no Grande Vitória, enquanto voltavam de uma festa.
Imagens de câmeras de vigilância da área registraram o momento que os policiais mandaram o trio entrar no carro da PM. Desde então, os jovens nunca mais foram vistos.
Weverton pilotava a moto quando houve a abordagem. Segundo a esposa dele, Andresa Andrade, de 19 anos, o marido estava desempregado há pouco tempo. Ele trabalhava como frentista e comprou o veículo com o FGTS. “De vez em quando, fazia corridas, e deu carona para os dois”, relatou a esposa.
No dia do desaparecimento, moradores do bairro fizeram grande manifestação e entraram em confronto com a polícia. Eles chegaram a atear fogo em madeiras e incendiaram um veículo. A PM teve que conter os manifestantes com balas de borracha.
Em dezembro de 2016, a Polícia Civil do Amazonas concluiu o inquérito e após encontrar material genético das vítimas apontou que o trio foi morto, e confirmou o envolvimento dos policiais no caso.
Sete anos após o crime, os corpos das vítimas não foram encontrados.
Fonte: G1