A audiência de instrução dos réus acusados de torturar e assassinar, de forma cruel, a jovem grávida Débora da Silva Alves, de 18 anos, começou nesta terça-feira (7), pela 2ª Vara do Tribunal do Júri da Justiça Amazonense, no Tribunal Henoch Reis, zona centro-sul de Manaus.
Momentos antes de iniciar a audiência, familiares e amigos estiveram pedindo justiça em frente ao Tribunal.
No banco dos réus estão José Nilson, vulgo ‘Neguinho’, e Gil Romero Batista, pai do bebê de Débora. Testemunhas de defesa e acusação darão depoimentos de forma presencial. O documento foi expedido no dia 20 de outubro deste ano, no Diário da Justiça Eletrônico, pelo juiz de Direito do 2º Tribunal do Júri, Lucas Couto Bezerra. Entretanto, o documento chegou até a residência da família de Débora no dia 26 daquele mês.
O crime
A jovem Débora da Silva Alves, 18, estava grávida de oito meses quando desapareceu no dia 29 de julho deste ano, na Rua Filadélfia, situada no Bairro Gilberto Mestrinho, zona leste da capital, após sair de casa para se encontrar com Gil Romero Batista, 41, apontado como o pai da criança. Segundo a família da vítima, o homem vinha ameaçando Débora por não aceitar a gravidez. Ele seria casado e temia o fim do relacionamento com a atual mulher.
No dia 3 de agosto, o corpo da jovem foi encontrado em uma área de mata na zona leste de Manaus. Ela foi queimada, torturada e teve o bebê retirado da barriga, além de ter os pés cortados.
Prisões dos envolvidos
A primeira prisão foi realizada no dia 3 agosto, em desfavor de José Nilson, vulgo ‘Neguinho’, que trabalhava como gerente no bar de Gil Romero. Em depoimento, José Nilson nega participação direta no assassinato e alega ter sido “coagido” por Gil Romero — que estava foragido à época — a ocultar o corpo de Débora.
Entre várias pistas dadas à polícia, agentes civis conseguiram localizar os rastros do principal suspeito em Curuá (PA). A localização de Gil Romero foi feita por meio de denúncia anônima, informando que o homem estaria escondido naquele município. Gil Romero foi preso no momento em que estava se preparando para embarcar em uma lancha, com a intenção de fugir do local.
Réu pede liberdade provisória em audiência de custódia
No dia 10 de agosto, o réu pediu relaxamento de prisão durante Audiência de Custódia e alegou ser estudante de Direito. Na ocasião, Gil Romero disse, ainda, que trabalhava há 11 anos e que era réu primário, a fim de sustentar o pedido à Justiça.
“Excelência, considerando que o acusado é réu primário tem bons antecedentes, trabalha e estuda, eventuais alegações de comoção da sociedade não justificam uma prisão preventiva”, diz trecho do pedido de revogação da prisão preventiva de Gil Romero.
No entanto, a juíza platonista disse que não era de sua competência analisar o pleito da defensoria pública, e que somente o juiz natural que decretou a prisão do suspeito poderia verificar a situação.