Após dois meses da morte da jovem grávida Débora Silva Alves, de 18 anos, a justiça amazonense marcou a primeira audiência de instrução e julgamento sobre o caso. O assassino confesso do crime é Gil Romero Batista, de 41 anos. O réu, segundo a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), teria contado com a participação de José Nilson, vulgo ‘Neguinho’, para executar o crime.
Gil Romero está preso preventivamente em Manaus desde que foi capturado pela polícia, no dia 9 de agosto, no município de Curuá, no estado do Pará.
Em entrevista exclusiva ao Vanguarda do Norte, a diarista e mãe da vítima assassinada, Paula Souza da Silva, 38, confirmou a informação exclusiva. “A intimação da Justiça chegou na minha residência hoje pela manhã (26). Temos que ir no dia 7 de novembro, no horário das 8h30 da manhã, para a primeira audiência de instrução do caso”, explica.
A intimação foi expedida no dia 20 de outubro deste ano, no Diário da Justiça Eletrônico, pelo juiz de Direito 2º Tribunal do Júri, dr. Lucas Couto Bezerra. Porém, o documento só chegou até a residência da família de Débora nesta quinta-feira (26), enviado pela 3ª Vara do Tribunal do Júri de Manaus.
Ainda segundo a mãe da vítima, ainda é cedo para dar muitas informações. “Eu irei no dia da audiência que foi marcada pela Justiça, mas não sei os desdobramentos do caso. Esse é um momento no qual não posso repassar muitas informações. Só o que queremos é justiça”, afirma Paula.
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Crime
A jovem Débora da Silva Alves, 18, estava grávida de 8 meses, quando desapareceu no dia 29 de julho na Rua Filadélfia, no Bairro Gilberto Mestrinho, também na Zona leste da capital, após sair de casa para se encontrar com o pai da criança. Segundo a família, o homem vinha ameaçando Débora por não aceitar a gravidez. Ele seria casado e temia o fim do relacionamento com a atual mulher.
No dia 3 de agosto, o corpo da jovem foi encontrado em uma área de mata na zona leste de Manaus. Ela foi queimada, torturada e teve o bebê retirado da barriga, além de ter os pés cortados.
Prisões dos envolvidos
A primeira prisão foi realizada no dia 3 agosto, em desfavor de José Nilson, vulgo ‘Neguinho’, que trabalhava como gerente no bar de Gil Romero. Em depoimento, José Nilson nega participação direta no assassinato e alega ter sido “coagido” por Gil Romero — que estava foragido à época — a ocultar o corpo de Débora.
Entre várias pistas dadas à polícia, agentes civis conseguiram localizar os rastros do principal suspeito em Curuá (PA). A localização de Gil Romero foi feita por meio de denúncia anônima, informando que o homem estaria escondido naquele município. Gil Romero foi preso no momento em que estava se preparando para embarcar em uma lancha, com a intenção de fugir do local.
Réu pede liberdade provisória em audiência de custódia
No dia 10 de agosto, o réu pediu relaxamento de prisão durante Audiência de Custódia e alegou ser estudante de Direito. Na ocasião, Gil Romero disse, ainda, que trabalhava há 11 anos e que era réu primário, a fim de sustentar o pedido à Justiça.
“Excelência, considerando que o acusado é réu primário tem bons antecedentes, trabalha e estuda, eventuais alegações de comoção da sociedade não justificam uma prisão preventiva”, diz trecho do pedido de revogação da prisão preventiva de Gil Romero.
No entanto, a juíza platonista disse que não era de sua competência analisar o pleito da defensoria pública, e que somente o juiz natural que decretou a prisão do suspeito poderia verificar a situação.