A Justiça do Amazonas voltou atrás e decretou, nesta quinta-feira (8), a liberdade provisória de seis influencers envolvidos em “rolezinhos”, em Manaus. O grupo foi preso na “Operação Vorax”, na quinta-feira (1º).
No total, cerca 20 pessoas haviam sido presas, além de 41 motocicletas removidas, sendo quatro com restrição de roubo. O grupo é envolvido no roubo de veículos, comércio clandestino de peças, bem como na organização dos chamados “rolezinhos”.
Após ser preso, o grupo passou por audiência de custódia, na qual foi mantida a prisão dos integrantes.
No entanto, durante a manhã desta quinta-feira, o juiz Rafael da Silva Raposo, da Central de Inquéritos Policiais, decidiu revogar a prisão preventiva de seis envolvidos no caso. O Ministério Público foi favorável à liberdade dos suspeitos.
“De certo, a prisão preventiva constitui o último recurso no curso da instrução processual, como se extrai do art. 312 do Código de Processo Penal, visto que a sua decretação é possível apenas como “garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, e desde que nenhuma outra medida cautelar seja efetiva para combater os fundamentos que autorizam a prisão preventiva”, explicou.
Quatro dos seis envolvidos no caso, soltos nesta quinta-feira, vão precisar comparecer em juízo para informar atividades, não poderão sair de Manaus e também terão que comunicar à Justiça qualquer mudança de endereço.
Já para os outros dois, o juiz também determinou recolhimento domiciliar noturno de 22h às 6h, bem como nos finais de semana e feriados, além do uso de tornozeleira eletrônica.
Operação Vorax
A operação foi realizada com o objetivo de desarticular um grupo supostamente envolvido no roubo de veículos, comércio clandestino de peças, bem como na organização dos chamados “rolezinhos”.
De início, foram expedidos 17 mandados de prisão preventiva entre Manaus e a cidade de Brusque, em Santa Catarina, seis mandados de busca e apreensão em oficinas e lojas de peças de veículos, além de 38 mandados de sequestro de bens e 40 bloqueios de redes sociais.
De acordo com o secretário de Segurança Pública do Amazonas, coronel Vinicius Almeida, no começo os “rolezinhos” eram apontados como um “problema de trânsito”, mas que após investigação constatou-se inúmeros crimes.
Dos crimes
A “Operação Vorax” foi desencadeada a partir de um relatório produzido pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran-AM) e entregue à PC-AM no qual indicava, após uma série de investigações, inúmeros perfis de redes sociais, bem como placas de veículos e imagens dos supostos envolvidos nos “rolezinhos”.
Conforme as investigações, foram apontados, ainda, que os suspeitos gerenciam um esquema de encomenda de furtos e roubos de motocicletas. Depois, eram desmanchadas em oficinas especializadas e remontadas para não despertar suspeitas no momento da venda.
O grupo suspeito de envolvimento nos “rolezinhos” será indiciado por organização criminosa, racha, direção perigosa, atentado contra a segurança de serviços de utilidade pública, atentado contra a segurança dos meios de transporte, receptação qualificada, adulteração de sinal identificador de veículo automotor, apologia ao crime, promoção de jogos de azar e lavagem de capitais.
Fonte: g1