Manaus (AM) – O Ministério Público do Amazonas (MP-AM) ofereceu denúncia a 16 policiais militares da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam) envolvidos na chacina do ramal Água Branca, ocorrida em 21 de dezembro de 2022, que ocasionou a morte de Alexandre do Nascimento Melo, Valéria Pacheco da Silva, Diego Máximo Gemaque e Lilian Daiane Gemaque.
Assinada pelos promotores de justiça Armando Gurgel Maia, Clarissa Moraes Brito, Lilian Nara Pinheiro de Almeida e Marcelo de Salles Martins, a denúncia foi oficializada no último dia 8, tendo base as investigações da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) e da 61ª Promotoria de Controle Externo da Atividade Policial, então a cargo do promotor de justiça Armando Gurgel Maia.
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Segundo o MP, os policiais cometeram homicídio qualificado, uma vez que as vítimas não puderam se defender. A promotoria fez a acusação com base na prova colhida nos autos, determinando a segura participação dos policiais e de suas respectivas equipes na prática criminosa.
Atualmente o processo segue em tramitação nos autos 0443248-57.2023.8.04.0001. Na terça-feira (21), a denúncia foi recebida pelo Juízo Sumariante da 2ª Vara do Tribunal do Júri Popular da Capital, Dr. Fábio Lopes Alfaia. O Juízo revisou a prisão cautelar dos 16 policiais militares, mantendo a prisão por mais 90 dias
O Ministério Público ressaltou que continuará sustentando a denúncia a fim de que os policiais sejam julgados pelo Tribunal do Júri e responsabilizados pelos fatos, com base na prova dos autos.
Relembre o caso
No dia 21 de dezembro de 2022, o carro que transportava Diego Máximo Gemaque, de 33 anos, Lilian Daiane Máximo Gemaque, 31 anos, Alexandre do Nascimento Melo, 29 anos, e Luciana Pacheco da Silva, 22 anos, foi abordado por policiais militares da Rocam no bairro Nova Cidade e, posteriormente, os corpos das quatro pessoas foram encontrados no ramal Água Branca com sinal de tortura e marcas de tiros. Próximo ao veículo foram encontrados, pelo menos, 12 cápsulas da cartuchos calibre 12.
Três vítimas, sendo duas mulheres e um homem, estavam dentro do veículo modelo Onix com o rosto coberto com balaclava. Um outro homem foi localizado dentro do porta-malas.
As investigações iniciaram após um vídeo da abordagem policial começar a circular nas redes sociais, onde foi possível identificar os oficiais envolvidos nos homicídios.