Dando sequência à Operação Dracma, iniciada no final do mês de junho com foco em influenciadores digitais, a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) prendeu, nesta quarta-feira (5), Isabelly Aurora Simplício Souza, de 21 anos. O ex-companheiro dela, Paulo Victor Monteiro Bastos, também foi preso.
Além de Isabelly Aurora e Paulo Victor, a PC ainda cumpriu mais um mandado de prisão contra o também influenciador João Lucas da Silva Alves, o Lucas “Picolé”. Ele havia sido preso ainda na primeira fase das operações e é acusado de lavagem de dinheiro.
Na segunda fase da operação, a Polícia Civil tinha quatro mandados de prisão decretados pela Justiça, sendo que três foram cumpridos. Há uma quarta pessoa que auxiliava na lavagem de dinheiro e está foragida.
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A ação investiga a participação destes influencers em um esquema fraudulento de rifas clandestinas e outros crimes. Para o titular do 13° Distrito Integrado de Polícia (DIP), Cícero Túlio, os suspeitos fazem parte de um “grandioso” esquema de promoções de rifas ilegais, ocultando bens e valores provenientes dessa atividade criminosa.
“Durante a ação, conseguimos prender a influenciadora digital conhecida como Isabelly Aurora, que já possui um extenso histórico criminoso. Ela foi presa outras vezes pela equipe policial do 12° DIP. Também conseguimos capturar e cumprir o mandado de prisão contra seu ex-companheiro, identificado como Paulo Victor”, detalhou o delegado.
Isabelly Aurora e o ex-marido foram conduzidos ao 15° Distrito Integrado de Polícia (DIP) para prestar depoimento. Na residência dela, a PC apreendeu uma picape rosa, que estava sendo oferecida como prêmio em um dos sorteios nas redes sociais. O veículo foi recolhido pelas autoridades como parte das evidências do esquema ilegal.
“No momento de sua prisão, foi encontrada uma pistola calibre 9 milímetros com várias munições, além de um cartão de benefício previdenciário de um idoso, o que também possibilita o indiciamento por outros crimes, principalmente apropriação de proventos e bens previdenciários”, completou Cícero Túlio, em coletiva.
Lavagem de dinheiro
Paulo Victor participava do esquema auxiliando Isabelly na lavagem de dinheiro, onde diversos objetos e veículos eram comprados por ela e colocados no nome dele, com o objetivo de mascarar o fluxo de dinheiro.
Grandes quantias de dinheiro, decorrentes dessa prática criminosa, foram depositadas na conta bancária. “As investigações irão continuar para apurar a participação de outros influenciadores no esquema criminoso, somente após isso o Inquérito Policial (IP) será finalizado”, afirmou o delegado Cícero Túlio.
Isabelly Aurora chegou à delegacia algemada e chorando, fazendo um sinal positivo com a cabeça quando questionada pela imprensa se era inocente. Entre os crimes supostamente cometidos pelos influenciadores presos preventivamente, estão estelionato, lavagem de dinheiro, associação criminosa, fraude no comércio, receptação qualificada, promoção de jogos de azar, publicidade enganosa e crimes contra as relações de consumo.
Esquema movimentou R$ 5 milhões em dois anos
A primeira fase da Operação Dracma aconteceu no dia 29 de junho e levou às prisões de Lucas “Picolé” e Enzo Felipe da Silva, o “Mano Queixo”. Segundo as investigações, que aconteciam há aproximadamente cinco meses antes da ação policial, os influenciadores já havia movimentado R$ 5 milhões em dois anos de atividades.
Além dos dois suspeitos, a PC também prendeu Flávia Ketlen, cunhada de “Picolé” que seria responsável pela lavagem do dinheiro em uma loja de propriedade de Lucas, dos esquemas de falsas rifas promovidas pelos influencers.
No momento da prisão, foram encontradas 170 unidades de droga (identificada como LSD), munições para fuzil e uma motocicleta com identificação alterada. Durante a ação policial, João Lucas da Silva tentou se desfazer de dois aparelhos celulares e a chave de uma BMW.
A tentativa resultou no flagrante também por tráfico de drogas e adulteração de veículo. Nas investigações, existem indícios de que os influenciadores possuem vínculos com um influencer nacionalmente conhecido como “Buzeira”, que é alvo de operações da Polícia Federal e Polícia Civil do estado de São Paulo.