As Polícias Civil do Amazonas (PC-AM) e do Paraná (PCPR) deflagraram, nesta quarta-feira (13/08), a terceira fase da Operação Sombra Financeira, que resultou nas prisões de cinco pessoas e no cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão relacionados a uma investigação que apura um grupo suspeito de aplicar o golpe do falso consórcio.
A operação foi realizada em nove estados do Brasil, incluindo o Amazonas, onde as diligências contaram com policiais civis do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) e da Polícia Civil do Paraná.
A delegada Grace Jardim, diretora de comunicação da PC-AM, ressaltou a importância da cooperação técnica entre as Polícias Civis para ter um melhor resultado das investigações como a Operação Sombra Financeira.
“Esse grupo criminoso movimentou aproximadamente meio bilhão de reais e, na manhã desta quarta-feira, as equipes policiais estiveram nas ruas para desmantelá-lo, reforçando o enfrentamento às organizações criminosas no Amazonas”, disse a delegada.


Segundo o delegado Tiago Dantas, da Polícia Civil do Paraná, explicou que a terceira fase da operação visou desarticular o braço financeiro do esquema criminoso.
“Essa fase é um desdobramento de uma investigação iniciada pela PCPR em janeiro de 2023. Na ocasião, em Curitiba, cerca de 12 pessoas foram presas em flagrante por participar de esquema que ofertava a venda facilitada de imóveis e veículos em redes sociais”, falou o delegado.
De acordo com o delegado, os autores atraíam as vítimas até um determinado estabelecimento comercial com o suposto argumento de vender uma casa – a qual era verdadeira, uma vez que eles extraíam a foto da residência de redes sociais – e faziam o anúncio como se o imóvel estivesse à venda.
“A vítima se sentia atraída, sinalizava o interesse ao grupo, chegavam até a dar uma entrada de valores, mas o negócio não era finalizado, pois os indivíduos sumiam depois de um tempo. Não conseguimos estimar quantas vítimas foram lesadas, mas as investigações apontam que o grupo vinha agindo assim há cerca de quatro anos”, explicou o delegado.

Conforme o delegado, com o avançar das investigações, foi possível identificar que a parte financeira do grupo estava localizada no Amazonas e cerca de 200 Boletins de Ocorrência (BOs) relacionados às fraudes teriam sido registrados no Estado. A partir disso, iniciou-se uma troca de informações entre os serviços de inteligência dos dois estados.
“Em 2024 aconteceu a segunda fase da operação, quando desarticulamos o lado operacional das pessoas que estavam praticando a fraude. Já nesta quarta-feira deflagramos mais uma fase para desarticular a parte financeira do grupo criminoso”, contou o delegado.
Ainda segundo o delegado, no Amazonas cinco indivíduos foram presos e 12 mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Em outros oito estados, entre eles Bahia, Sergipe, Minas Gerais e Santa Catarina, também foram cumpridos outros mandados em nome de investigados pela Polícia Civil do Paraná, e ao todo mais de 11 pessoas foram presas.
“Vale ressaltar que sem a cooperação entre as instituições dificilmente a Polícia Civil do Paraná teria sucesso, uma vez que para que possamos identificar o endereço de um suspeito de outro estado é necessária a integração entre as Polícias Civil. A PC-AM foi extremamente eficiente e nos auxiliou não apenas nessa fase, mas desde o início das investigações com o levantamento e troca de informações in loco”, finalizou o delegado.
Procedimentos
Todos os suspeitos responderão por estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa e ficarão à disposição da Justiça.