A Polícia Civil do Amazonas, por meio do 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP), com o apoio do Departamento de Inteligência e Polícia Judiciária (DIPJ) e da Delegacia Fluvial (Deflu), prendeu na manhã desta quarta-feira (09/04), André Elias Almeida Soares, 39 anos, em cumprimento a um mandado de prisão preventiva pelos crimes de racismo (discriminação religiosa) e simulação de criança em cena de sexo explícito.
O caso foi apresentado em coletiva de imprensa na Delegacia Geral (DG), bairro Dom Pedro, zona centro-oeste. Na ocasião, o delegado-geral adjunto da PC-AM, Guilherme Torres, destacou que este foi um trabalho conjunto que resultou na prisão do indivíduo que invadiu uma sinagoga e deixou textos discriminatórios alusivos à sua prática nazista.
“Não podemos esquecer que o nazismo realmente existiu e foi responsável pela morte de mais de 6 milhões de judeus. Vivemos em um estado pacífico e não iremos permitir qualquer atentado a qualquer comunidade ou discriminação religiosa ou por procedência nacional. Mais uma vez, parabenizo a equipe envolvida e me solidarizo com a comunidade judaica, reafirmando nosso compromisso com eles, que têm todo o apoio da Polícia Civil”, salientou o delegado-geral adjunto.
Segundo Torres, além desses atos discriminatórios, André Elias era considerado uma pessoa bastante perigosa. A Embaixada dos Estados Unidos encaminhou ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) informações para poder acompanhar suas ações. Ele também era responsável por criar montagens envolvendo crianças em situações sexualmente explícitas.
Diligências
Conforme o delegado Marcelo Martins, titular do 24º DIP, as investigações mostraram que André Elias foi o autor da invasão a uma sinagoga na segunda-feira (07/04), localizada na avenida Leonardo Malcher, bairro Centro, zona sul da capital. Na ocasião, ele tentou entrar em contato com o rabino do templo religioso. Como não obteve sucesso, pregou textos alusivos à suástica nazista, em um contexto de crime de ódio.
“Esse indivíduo já vem apresentando uma escalada de violência há algum tempo. Há registros na imprensa local de sua entrada portando arma de fogo em uma universidade. Além disso, há outras ocorrências envolvendo também familiares dele em várias circunstâncias. Além dessas ações violentas contra a comunidade judaica do Amazonas”, relatou o delegado.
Após tentar invadir a sinagoga, André entregou um documento contendo vários links com uma série de arquivos, entre os quais havia vídeos com ameaças a autoridades e à comunidade judaica, além de fotos e arquivos relacionados a pedofilia, incluindo montagens simulando atos sexuais com crianças.
“Ele cometeu esses dois crimes, e nossa investigação conseguiu chegar ao nome dele e identificar toda essa rota de violência. Essas informações também vieram do DIPJ, que foi acionado imediatamente. A partir do momento em que esse alvo foi monitorado, a inteligência entrou em campo para fornecer esses dados”, contou Martins.
Diante desse contexto, foi solicitada à Justiça a prisão preventiva de André, deferida pelo juízo do Plantão Criminal de Manaus. A prisão foi realizada na casa dele, localizada em um flutuante no bairro Tarumã, zona oeste de Manaus.
Além disso, foi cumprido um mandado de busca e apreensão no local, onde foram apreendidos celulares, computadores e HDs que serão periciados para investigar a prática de outros crimes. André Elias é considerado um alvo de relevante periculosidade.
A Embaixada dos Estados Unidos acionou o MJSP para acompanhar suas ações devido ao perigo que representa para minorias religiosas.
Procedimentos
Ele responderá pelos crimes de racismo (discriminação religiosa) e simulação de criança em cena de sexo explícito, passará por audiência de custódia e ficará à disposição do Poder Judiciário.