A “Operação Illusio“, da Polícia Federal em conjunto com a Receita Federal e com a cooperação do Ministério do Trabalho, investiga, nesta terça-feira (14), uma organização criminosa que atua na falsificação e contrabando de cigarros de marcas paraguaias, por meio de tráfico de pessoas e trabalho escravo.
Mais de 165 policiais federais estão cumprindo 11 mandados de prisão preventiva, 13 mandados de prisão temporária e 35 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Juízo da Justiça Federal em Belo Horizonte, em residências, galpões e empresas de Manaus e outras 18 cidades, dos estados da Bahia, Minas Gerais, São Paulo e Pará.
Além disso, a PF afirma que cumpre medida de sequestro de bens e valores contra 38 pessoas físicas e 28 pessoas jurídicas, num total de R$ 20 milhões. Entre os delitos da organização criminosa, também estão descaminho de maquinário utilizado na fabricação de cigarros, falsificação e uso de documentos falsos, crime contra as relações de consumo, crime contra os registros de marcas e lavagem de dinheiro.
Os presos responderão por um ou mais dos seguintes crimes: organização criminosa (pena de oito anos), contrabando de cigarros (cinco anos), descaminho de maquinário (quatro anos), tráfico de pessoas (oito anos), trabalho escravo (oito anos), falsificação e uso de documento particular falso (cinco anos), crimes contra as relações de consumo (cinco anos) e lavagem de dinheiro (dez anos).
A investigação
A partir de investigação realizada pela Polícia Federal e acompanhamento do esquema criminoso pela Receita Federal, a polícia afirma que foi possível identificar toda a cadeia de produção dos cigarros clandestinos na região de Divinópolis, no interior de Minas Gerais, além de toda a organização criminosa envolvida no esquema de fabricação de cigarros paraguaios falsos.
“Foi revelado que a quadrilha, chefiada por um empresário de Barueri (SP), cooptava trabalhadores no Paraguai, os quais eram trazidos para fábricas clandestinas no Brasil, na região de Divinópolis (MG), onde eram submetidos a condições de trabalho análogas à escravidão, com a liberdade tolhida, permanecendo reclusos, sob vigília, e incomunicáveis, por vários meses, no interior dos estabelecimentos”, informa a PF.
As informações indicam ainda que as vítimas tinham os telefones confiscados e eram impedidos de ter acesso ou contato com o mundo exterior. “Eles sequer sabiam o local em que se encontravam, pois eram conduzidos até as fábricas com olhos vendados”, completa a polícia.
A distribuição dos cigarros falsos era feita em caminhões com a ocultação destes produtos atrás de cargas de calçados, produzidos na região de Nova Serrana (MG). Além destas cidades citadas até então, as investigações acontecem em Capim Grosso (BA), Itaúna, Nova Lima, Pará de Minas, Pitangui, São Gonçalo do Pará, todas em Minas Gerais, além de Carapicuíba, Indaiatuba, Osasco, Santana de Parnaíba, São Caetano do Sul, São Paulo e Taiuva, estas no estado de São Paulo, bem como Nova Ipixuna (PA).
*Com informações da assessoria