Recentemente, o 22º Distrito Integrado de Polícia (DIP) passou a receber denúncias sobre um grupo envolvido em golpes relacionados à venda de terrenos anunciados em plataformas digitais. Até o momento, 19 Boletins de Ocorrência (BOs) foram registrados, três pessoas estão presas e outras seguem sendo investigadas.
Diante do aumento dos casos, a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) explica como o golpe é aplicado e reforça a importância de garantir que documentos e intermediários sejam legítimos.
Conforme o delegado Adriano Félix, o grupo age de maneira estruturada, com funções definidas entre os envolvidos. Eles contam com indivíduos responsáveis por se passar por corretores e advogados, além de integrantes encarregados da falsificação de documentos, como procurações e escrituras, utilizados para enganar as vítimas durante as negociações.
“O golpe tem início a partir da captação de anúncios reais de venda de terrenos, que eram repassados a um homem identificado como André Morande de Vasconcelos, apontado como líder do esquema. Ele seria o responsável por produzir toda a documentação fraudulenta e está sendo procurado”, explicou o delegado.
Segundo o delegado, em seguida, um novo anúncio é criado, oferecendo o mesmo terreno por valor inferior ao de mercado, atraindo vítimas em busca de oportunidades.
Posteriormente, outro integrante, identificado como Daniel Santana Moreira, que também está na condição de foragido, e a esposa dele, uma mulher de 30 anos, se apresentavam como corretores e conduziam as vítimas durante as visitas aos locais.
“Após a negociação, os pagamentos eram realizados via Pix em contas que não pertenciam ao verdadeiro proprietário do imóvel, o que só era descoberto quando as vítimas iniciavam obras no local ou eram abordadas pelos donos legítimos”, relatou o delegado.
De acordo com o delegado, essa prática fraudulenta está se tornando cada vez mais recorrente em Manaus e os golpes estão ocorrendo em diversas áreas da capital amazonense. Entre os bairros estão Redenção e São Lázaro, zona sul, e Novo Aleixo, zona norte.
Ele destaca que é importante que a população adote medidas de segurança antes de comprar terrenos ou imóveis. Além de desconfiar de preços muito abaixo do mercado, recomenda-se verificar no cartório se o terreno tem matrícula ativa e proprietário legal, e consultar junto à Prefeitura de Manaus a situação do imóvel, incluindo o pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
Além disso, é recomendado verificar as informações cadastrais nas concessionárias de água e energia de Manaus. Quanto aos supostos profissionais, é essencial confirmar se o corretor é registrado no Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI) e se o advogado possui registro ativo na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Até o momento, a investigação conduzida pelo 22º DIP cumpriu três dos cinco mandados de prisão preventiva que foram expedidos. Entre os presos estão a esposa do Daniel Santana; uma mulher de 40 anos que se passava por proprietária dos imóveis; e um homem de 34 anos que também se apresentava como proprietário e levava as vítimas até o cartório.
“O André e o Daniel estão na condição de foragidos, portanto solicitamos que informações sobre o paradeiro dos investigados sejam repassadas aos números (92) 98141-3548, disque-denúncia do 22º DIP, ou 197 e (92) 3667-7575, disque-denúncia da PC-AM; 181, disque-denúncia da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM). Garantimos total sigilo aos colaboradores”, ressaltou o delegado.



