Apontado pela polícia como o líder de uma das maiores facções criminosas do Amazonas, Lucirle Silva da Conceição, conhecido como “Urso Branco”, pode ser um dos 13 detentos que serão transferidos de cadeias de Manaus para presídios federais do país.
O anúncio foi feito pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, em coletiva de imprensa realizada na última segunda-feira (24). “A expectativa da Polícia Penal Federal é de que haja a transferência de 13 presos faccionados, líderes de facções do Estado do Amazonas para o sistema federal”, afirmou Dino.
A medida, segundo o ministro, é para prevenir o agravamento da crise de segurança pública envolvendo disputa entre facções nos presídios do Estado.
Preso em 2021, pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), “Urso Branco” é suspeito de participar do resgate do líder-chefe de uma facção criminosa, Marcos Willians Herbas Camacho, o “Marcola”.
Segundo o delegado Adriano Valente, chefe da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), que pertence ao Departamento de Combate à Corrupção (Decor), na ocasião da prisão, Lucirle foi flagrado em uma via pública de Taguatinga e o celular dele foi apreendido. Na época, ele estava com mandado de prisão em aberto, ainda no Amazonas, por romper a tornozeleira eletrônica.
Ainda de acordo com a polícia, “Urso Branco” é apontado como um dos responsáveis pelos 55 assassinatos ocorridos nas cadeias de Manaus, em maio de 2019. Segundo a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap), dos 55 mortos nos massacres dentro de presídios da capital, 22 eram presos provisórios e ainda aguardavam julgamento.
Lucirle também responde a um processo no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), por crime no sistema nacional de armas.
Além de ‘Urso Branco’, os detentos Adriano de Souza, conhecido como “Thor”; Diego Bruno de Souza Moldes, o “Nariz”; Erik Leal Simões, vulgo “CD”; Francinaldo dos Santos Silva, conhecido como “Cinta larga”; José Eduardo De Abreu Silva, vulgo “Deluk”, e Patrick Regis de Sena, o “Aguero”, também podem ser transferidos aos presídios federais.
Nota da Seap
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) não confirmou os nomes. Em nota, a secretaria informa que desconhece a fonte que originou a lista contendo nomes de internos que, supostamente, serão transferidos de unidades prisionais do Amazonas para presídios federais.
A Seap ressalta, ainda, que essas informações sigilosas visam resguardar a ordem, a segurança do sistema prisional do Estado, bem como, oferecer dignidade às pessoas privadas de liberdade.
Confira a nota na íntegra:
Desde 2019, o Governo do Amazonas vem empregando especial atenção ao Sistema Penitenciário do estado, com investimentos na melhoria da infraestrutura e administração das unidades prisionais e reforço nos sistemas de monitoramento e inteligência do sistema.
A Secretária de Estado de Administração Penitenciária (Seap) e Polícia Militar do Amazonas (PM-AM) têm realizado vistorias de rotina nas cinco unidades prisionais de Manaus em que, até o momento, não foram feitas apreensões relevantes.
Todas as medidas adotadas pelo Governo do Estado têm sido comunicadas e acompanhadas pelos órgãos de fiscalização estadual e também pelo Ministério da Justiça, a quem tem sido enviadas as solicitações de apoio.
Para manter a ordem nas unidades prisionais, o Governo do Amazonas solicitou ao Governo Federal a transferência de internos para unidades prisionais federais. E aguarda as definições que cabem ao Ministério da Justiça sobre a questão.